Solidariedade move população da Bairrada
Cerca de 250 pessoas - dos concelhos da Mealhada e Anadia mas não só - estiveram ontem, dia 30 de Janeiro, na Escola Secundária da Mealhada, na cidade da Mealhada, para participar na recolha de registo de dadores de medula óssea, uma iniciativa organizada pelo Núcleo de Saúde da Associação CADES – Cooperação Artística, Desportiva, Educativa e Social, em parceria com o Centro de Histocompatibilidade do Centro (CHC), que se deslocou ao local com uma brigada. Pela Teresa, pelo Afonso, pela Sofia, pela Cármen. Por todos. Foram estas crianças e tantos outros que necessitam de transplante de medula óssea que mobilizaram mais de duas centenas de pessoas para marcar presença na Secundária da Mealhada e inscreverem-se no “Registo Português de Dadores de Medula Óssea”. Elsa Corga, vereadora da Câmara Municipal de Águeda, também se associou à causa, por já há algum tempo ter intenção de se registar como dadora: “Faltava apenas surgir a oportunidade. Esta causa diz-me alguma coisa. Quando temos casos na família, ficamos sempre mais sensíveis”, disse, frisando que o facto da recolha ter-se realizado num concelho que não o seu “não foi de todo impeditivo para vir. É um dever que temos, independentemente de ser fora de Águeda”. Para a autarca aguedense, “em todos os municípios deve realizar-se esta acção. Dou os parabéns à CADES por tão nobre iniciativa”, referiu. Janine de Oliveira, presidente da Direcção da CADES, acabaria por assumir à vereadora que a associação “disponibiliza-se para promover a mesma iniciativa no concelho de Águeda”. Também Júlio Penetra, vereador da Câmara Municipal da Mealhada, veio testemunhar a acção da CADES, defendendo ser “fundamental que se criem estas oportunidades e pretextos para que as pessoas participem nestas ajudas. É este o mérito da CADES”. O autarca realçou ainda a “adesão à acção, com números extraordinários, o que prova que temos um concelho solidário”. Leonor Lopes, também vereadora da Câmara Municipal da Mealhada, esteve presente para dar o seu contributo, louvando a acção da CADES, que “com tão pouco tempo de existência já dinamiza este tipo de acções”. Margarida Arede, familiar do pequeno Afonso, esteve também na Secundária da Mealhada, sendo responsável pela vinda de várias pessoas à acção da CADES. Balanço muito positivo A técnica superior de Serviço Social do CHC, Fátima Pires, fez um balanço muito positivo desta acção conjunta com a CADES, que “superou todas as expectativas. As pessoas mobilizaram-se em grande número. Em nome de todos os doentes, o CHC agradece a colaboração à CADES, por ter promovido a iniciativa”. “Hoje (ontem, dia 30) foi, sem dúvida, um dia de orgulho para a CADES! Actividades como esta revelam com muita humildade que ‘existimos para o outro’. Sinto-me orgulhosa por todos os intervenientes no processo, desde os elementos do Núcleo de Saúde e Comunicação da CADES, aos profissionais que fizeram questão de apoiar a causa, bem como pela forte adesão da comunidade”, referiu Janine de Oliveira. Para Joana Fernandes e Carole de Oliveira, coordenadoras do Núcleo de Saúde da CADES, a recolha “ultrapassou as expectativas. As pessoas têm de continuar a acreditar neste tipo de causas, porque precisamos todos uns dos outros”.
Nova recolha no dia 13 de Fevereiro
Dia 13 de Fevereiro, das 9 às 17 horas, o CHC, situado dentro da cerca dos Hospitais da Universidade de Coimbra, no edifício São Jerónimo, 4º piso, a pedido dos familiares da Sofia vai realizar nova recolha. Quem estiver interessado em inscrever-se pode fazê-lo nesse dia.
Necessidade de um quartel novo continua a ser a preocupação número um da associação
A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Anadia (AHBVA) festejou o 76º aniversário no último domingo, dia 20. A sessão solene ficou marcada pelas condecorações e promoções a alguns dos bombeiros, assim como pela lembrança às entidades presentes das dificuldades de natureza material que esta corporação de bombeiros vem atravessando. A AHBVA entendeu atribuir o Crachá de Ouro às irmãs Maria do Carmo e Margarida, da Congregação de São Vicente de Paulo. Como a irmã Maria do Carmo, por impedimento profissional inadiável, não esteve presente, a Direcção da associação entendeu que João Dias Coimbra, comandante do Quadro de Honra dos Bombeiros Voluntários de Anadia (BVA), será o fiel depositário da medalha para entrega posterior. Carlos Alegre, presidente da Assembleia Geral da AHBVA, abriu a cerimónia dirigindo-se aos bombeiros, “que com a sua abnegação e o seu voluntarismo deixam tudo em nome desta nobre missão e lema que os move: Vida Por Vida”. Coube ao comandante dos BVA dar seguimento à sessão solene, sublinhando que “face às alterações legislativas somos conscientes de mais e maiores responsabilidades e não menos conhecedores de que cada vez mais as dificuldades são e serão maiores”. Contudo, Eduardo Matos está certo que essas alterações não constituem obstáculo, tendo em conta que “os BVA foram sujeitos à solução do problema e a não fazer parte dele, actuando sempre com grande competência e profissionalismo”. Aumento de serviço dos BVA O comandante falou do aumento significativo de serviço, destacando a maior incidência na área da saúde: “Uma vez que o Ministério da Saúde determinou o encerramento do Serviço de Urgência do Hospital José Luciano de Castro em Janeiro de 2008, obriga-nos a que para qualquer pedido de socorro, o mesmo seja encaminhado para os Hospitais da Universidade de Coimbra, Hospital Infante D. Pedro, em Aveiro e Hospital Conde de Sucena, em Águeda”. Estas deslocações, para o comandante dos BVA, dão origem a que os recursos quer humanos quer materiais estejam cativos e indisponíveis muito mais tempo, diminuindo a operacionalidade do corpo activo “momentaneamente, o que nos preocupa”. Também Mário Teixeira, presidente da Direcção da AHBVA, fez referência a tempos difíceis e às contrariedades, sendo contudo a vontade do corpo dos BVA “incalculável”. Dificuldades materiais O dirigente falou das dificuldades de natureza material, desde as instalações desajustadas, às viaturas que necessitam de substituição pelo muito uso e idade, aos equipamentos de protecção individual, fardamentos e outros que faltam. Mas lembrou que os subsídios concedidos pela Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC), Câmara Municipal de Anadia e outras entidades têm solucionado algumas dessas dificuldades. Durante a cerimónia, Mário Teixeira deu a conhecer a oferta da Comissão de Festas da Moita, de uma verba no valor de 2.651,36 euros, destinada à aquisição de equipamentos. O presidente da Direcção deixou ainda o apelo aos associados que não contribuíram, por ainda não terem sido procurados, para ajudarem com a liquidação das quotas, “cujos valores nos estão a fazer muita falta”. Protocolo para uma EIP Mário Teixeira aproveitou a ocasião para dar a conhecer o protocolo assinado entre a ANPC, a Câmara Municipal e a AHBVA - por três anos -, que a partir de Janeiro de 2010 vai contar com uma Equipa de Intervenção Permanente (EIP), constituída por cinco elementos dos BVA, em alerta oito horas por dia, de segunda a sexta-feira, destinada a socorrer as populações em situações de catástrofe ou outras. Teresa Belém, vice-presidente da Câmara de Anadia, em representação do presidente Litério Marques, disse que em 2010 a EIP contará com 50% de comparticipação da autarquia (30 mil euros), ficando a outra metade a cargo da ANPC. A autarca manifestou ainda a vontade da Câmara em vir a dar apoio na construção do novo quartel, através do QREN. A sessão solene do 76º aniversário da AHBVA contou com promoções a bombeiros de terceira e de segunda. Foram também entregues medalhas por assiduidade grau cobre (pelos serviços prestados por cinco anos), grau prata (serviços prestados por 10 anos) e grau ouro (pelos 25 anos de serviço prestado).
Após período da Ordem do Dia, deputados foram convidados a fazer balanço do mandato
O encerramento das Urgências do Hospital José Luciano de Castro de Anadia foram o tema dominante na sessão ordinária da Assembleia Municipal de Anadia do dia 30 de Setembro, a última do actual mandato, que serviu também para fazer um balanço destes quatro anos, assim como das alterações que foram processadas. Foi João Morais, deputado da CDU, que tocou na ferida, lembrando que ao chegar ao final do mandato e de um ano de “aspirações de melhorias, chegamos à conclusão que há um compromisso que não foi cumprido”. O deputado foi mais longe, questionando Litério Marques, presidente da Câmara Municipal de Anadia, sobre a possibilidade do protocolo das Urgências ter sido negociado em “parceria”, reflectindo-se na construção do “Velódromo Nacional de Sangalhos ou no nó de ligação à A1”, que entretanto ainda não se concretizou. Litério Marques começou por dizer que “a época é fértil para a imaginação e questionou João Morais sobre o porquê da população ter desmobilizado e parado com as acções de rua”. Lembrou que a ministra da Saúde, Ana Jorge, nunca reuniu condições para assinar o protocolo e que por isso mesmo nunca o assinou. “A Consulta Aberta não passou de um engano, porque não tem a ver com o Hospital, mas sim com o Centro de Saúde de Anadia. E essa consulta vai fechar quando forem criadas as Unidades de Saúde Familiar”, advertiu o autarca. Cardoso Leal, líder de bancada do PS, não gostou de algumas das palavras usadas por Litério Marques e lembrou que o Hospital “afinal até tem ganho consultas de especialidade e a Consulta Aberta tem funcionado em termos do agrado geral da população”, dizendo ao autarca que “alarmar nesta altura não fica bem”. Prontamente, Litério disse não esperar outra coisa do deputado socialista, “por estarmos em período de campanha eleitoral. Quero também dizer que as consultas de especialidade não são para os anadienses. Só é cego quem não quer ver. Fomos penalizadios pelo PS nas Urgências. Interessa manter a Consulta Aberta no Hospital apenas para dizer que está aberto”. Balanço do mandato Depois do período de Ordem do Dia, cada líder de bancada foi convidado a fazer o balanço/avaliação do fim da legislatura. António Cavadas, deputado independente, disse que este foi um “mandato francamente positivo”. Felicitou José Manuel Ribeiro, presidente da Assembleia Municipal de Anadia, “pela maneira subtil como dirigiu os trabalhos da mesa”. João Morais reconheceu ter sido duro com algumas forças políticas, mas foi o “meu sentido de consciência”. O deputado da CDU enalteceu o trabalho de José Ribeiro, pela forma “corajosa como conduziu os trabalhos”. Também Cardoso Leal, que teve aqui a sua primeira experiência de política autárquica, admitiu ter servido para “muito aprender”, dizendo que José Ribeiro foi “exemplar” na condução dos trabalhos. Do PSD foi José Veloso que falou, dando os parabéns a José Ribeiro pela forma “magistral como liderou as sessões”. Litério Marques disse que a democracia em Anadia funcionou, deixando um agradecimento a todos. Por último, José Ribeiro disse sentir a “satisfação de dever cumprido e com a consciência tranquila”, referindo algumas alterações que ocorreram neste mandato: novo regimento; criação da Conferência dos Representantes dos Grupos Municipais, que reuniu mais de 30 vezes; delegações da Assembleia Municipal que se deslocaram às escolas para os Colóquios do 25 de Abril; alteração da distribuição dos tempos e organização de intervenções; clarificação das várias formas do uso da palavra; alteração da hora das sessões, que teve como objectivo possibilitar aos cidadãos uma participação mais activa; em relação às actas, prescindiu-se da sua leitura no início das sessões, informatização e transcrição de intervenções.
Serviço de Internamento e Consulta Externa são os melhores do país
O serviço de Internamento do Hospital José Luciano de Castro de Anadia (HJLCA) ficou em primeiro lugar num estudo nacional intitulado “Avaliação da Qualidade Apercebida e da Satisfação dos Utentes dos Hospitais - EPE e SPA em 2008”, com 93,8% de satisfação dos utentes. Também na Consulta Externa o HJLCA ocupou o primeiro lugar do estudo, com uma taxa de 89% de satisfação. Para José Afonso, presidente do Conselho de Administração daquela unidade hospitalar, “atingir estes resultados é uma maior responsabilidade. Não é com isto que vamos sobreviver”, disse, lembrando que no HJLCA o “doente está sempre e todos os dias no centro do sistema”. Importa referir que o estudo foi realizado pela Administração Central do Sistema de Saúde em parceria com o Instituto Superior de Estatística e Gestão de Informação da Universidade Nova de Lisboa. Urgência ocupa quarto lugar Relativamente ao serviço de Urgência do HJLCA, o lugar ocupado no estudo - que se reporta ao ano de 2008 - é o quarto, com 75,8%. José Afonso explica que apesar do serviço ter encerrado dia 2 de Janeiro de 2008, a amostra refere-se ao dia 1, “que reuniu dados possíveis para integrar o estudo, de acordo com os técnicos por ele responsáveis”. Esta classificação, para o administrador, deve-se “objectivamente, ao cumprimento dos critérios”. Sobre o serviço de Internamento, José Afonso admite que o primeiro lugar não o surpreendeu, “porque já fazemos auditorias internas e o questionário dá mais ou menos este valor”. Quanto à Consulta Externa, o responsável admite que “há aspectos onde temos que melhorar substancialmente”. E enumera parâmetros como a imagem, o acolhimento, o tempo de espera e a satisfação e lealdade. José Afonso referiu que agora “não podemos baixar estes resultados”. O estudo não está a ser realizado pela primeira vez. Mas é a primeira vez que o HJLCA está a ser avaliado. Melhoria da qualidade José Afonso sublinhou que o HJLCA pugna pela “cultura de melhoria contínua da qualidade”, um resultado que atribui à acreditação “Kings Fund”, implementada em 2006. O presidente do Conselho de Administração do HJLCA considera que o conhecimento destes resultados “tem sido bom. Tanto para os utentes como para o pessoal internamente. Porque faz com que se apercebam onde podem ajudar”. Relativamente às 20 camas da Unidade de Convalescença, que começou a funcionar em Janeiro deste ano, José Afonso revelou que a taxa de ocupação está acima dos 75%, “estando a funcionar bem, visto ter vindo colmatar uma lacuna que existia, porque não tínhamos componente de reabilitação”. Criar uma Unidade de Cirurgia do Ambulatório é o próximo passo.
“III Curso de Pediatria Comunitária”
Durante os dias 1 e 2 de Maio decorreu, no Centro Paroquial de Recardães - Águeda, o “III Curso de Pediatria Comunitária”, organizado pela Associação de Saúde Infantil de Coimbra (ASIC), sedeada no Hospital Pediátrico de Coimbra (HPC). A sessão de abertura contou com a presença do vice-presidente da Câmara Municipal de Águeda, Jorge Almeida, da Alta Comissária da Saúde, Maria do Céu Machado, do presidente da Sociedade Portuguesa de Pediatria, Luís Januário, do médico pediatra do HPC, José Peixoto, do presidente da ASIC, Manuel Salgado e do presidente da Junta de Freguesia de Recardães, Victor Tavares. “O Infantário e a Escola Seguros” foi o tema debatido, durante estes dois dias, pelos profissionais da área e todos os interessados na temática. O “III Curso de Pediatria Comunitária” teve como objectivos alertar para as medidas correctas na prevenção de acidentes, intoxicações, infecções e erros alimentares. Para que os infantários e as escolas se tornem seguros é necessário um trabalho conjunto dos profissionais da Educação, mas também dos pais e dos profissionais da saúde. Assim, este curso contou com a participação de cerca de 500 pessoas e foi pensado muito especialmente para educadores de infância, professores, assistentes sociais de infantários e escolas, auxiliares de acção educativa de infantários e escolas, para profissionais ligados à área da saúde infantil, mas também para os pais interessados em aumentar os conhecimentos em Cuidados de Saúde. A “História dos Infantários”, “Critérios de Qualidade de Infantários”, “Prevenção de Acidentes nos Espaços Fechados”, “As Infecções mais comuns nos Infantários”, “Erros alimentares nos Infantários e Escolas” foram alguns dos muitos temas abordados por prelectores de renome na área.
José Paixão é o candidato escolhido
Quem não se lembra de José Paixão? Um dos rostos da discórdia no longo processo das Urgências do Hospital José Luciano de Castro de Anadia, que encabeçou o movimento cívico “Unidos pela Saúde” e que lutou com unhas e dentes contra o encerramento do serviço. Com 45 anos de idade, operário metalúrgico, é ele o candidato escolhido pela CDU à Câmara Municipal de Anadia. Para a Assembleia Municipal de Anadia, o candidato é João Alves Morais, 63 anos, Factor da CP reformado, que actualmente já desempenha as funções de deputado pelo partido neste órgão e na Assembleia de Freguesia de Sangalhos. Ambos os candidatos são militantes do PCP. Para a Assembleia de Freguesia de Arcos, o rosto escolhido é o de Maria de Fátima Flores, 61 anos, professora, membro do Partido Ecologista “Os Verdes”. Joaquim Mota, 38 anos, Técnico de Vendas e militante do PCP é o candidato à Assembleia de Freguesia de Sangalhos. Joaquim Augusto Gaspar, técnico fabril reformado e militante do PCP é o mandatário para o concelho. Apresentados que estão os primeiros candidatos da CDU aos órgãos autárquicos, em nota à Imprensa a coligação afirma que “após 33 anos de governação do PSD, a nossa terra continua atrasada. Temos menos serviços públicos de interesse para a população, como, por exemplo, a Urgência do nosso hospital”. A CDU diz que as obras públicas continuam a ser feitas “aos empurrões, sem um mínimo de organização ou planificação, sem respeito pelos munícipes, que têm que conviver meses a fio com os incómodos por elas provocados”, esperando depois “meses e meses por uma inauguração politicamente oportuna, para finalmente serem postas à disposição dos munícipes e se detectarem os seus erros e defeitos de concepção”, acusam. Por estas e “muitas outras razões, a CDU continua a fazer falta ao concelho”.
Lançamento de livro e inauguração de exposição sobre Francisco da Silva Rocha
Encontra-se patente no Museu de Arte Nova (antiga Casa Major Pessoa), em Aveiro, até ao dia 15 de Março, a exposição documental “Francisco da Silva Rocha: arquitecto e artista 1864-1957”. Inaugurada no dia 24 de Janeiro, a exposição visa analisar a vida e obra de Francisco da Silva Rocha, desde a sua componente como arquitecto ligado ao movimento Arte Nova, à sua obra como pintor e relações familiares e amigos, muitos dos quais artistas e individualidades da altura, ou seja, os aspectos biográficos mais relevantes. A abertura oficial e apresentação da monografia contaram com as presenças do presidente da Câmara Municipal de Aveiro, Élio Maia, do vereador do pelouro dos Assuntos Culturais, Miguel Capão Filipe e da comissária da exposição, Maria João Fernandes. Na mostra estão expostos objectos como sejam desenhos, plantas, pintura feita por Francisco Silva Rocha e documentação original da época – fotos e correspondência. Quase todos os objectos são propriedade dos descendentes e algumas pinturas são de coleccionadores particulares. Também no dia 24 procedeu-se ao lançamento e apresentação do livro “Francisco da Silva Rocha - 1864-1957 Arquitectura Arte Nova - Uma Primavera Eterna”, da autoria de Maria João Fernandes, bisneta do arquitecto. O livro de Maria Fernandes: Francisco da Silva Rocha (1864-1957) “Arquitectura Arte Nova - Uma Primavera Eterna” é simultaneamente a merecida homenagem a um dos expoentes da cultura do início do século XX e ao modelo de beleza e equilíbrio a que deu forma na sua arquitectura, sob o signo da Arte Nova, mas também o hino a um tempo esquecido e à sua esplêndida e luminosa herança, dádiva a uma cidade onde natureza e cultura se conjugam, da casa que foi de Mário Pessoa, obra-mestra de Silva Rocha, Museu de Arte Nova (antiga Casa Major Pessoa), onde está patente a exposição que lhe é dedicada. Informações complementares: - “Francisco da Silva Rocha - 1864-1957 Arquitectura Arte Nova – Uma Primavera Eterna” por Maria João Fernandes.
- “Silva Rocha é o protagonista maior da construção e do carácter da cidade de Aveiro da sua época” - Álvaro Siza.
- “Uma personalidade estética tão singular como a do arquitecto Silva Rocha, não apenas profeta mas autor das belas expressões da Arte Nova de que se honra Aveiro” - Eduardo Lourenço.
O livro de Maria João Fernandes é promovido e editado pelo pelouro da Cultura da Câmara Municipal de Aveiro e coordenado pela equipa da Biblioteca Municipal. É a primeira monografia de um arquitecto à luz da Arte Nova, apresentada por Álvaro Siza Vieira. Tal como este acentua no seu prefácio: “Maria João Fernandes, com um percurso de crítica de arte, afirmado ao longo destes últimos 30 anos, produziu a primeira definição da Arte Nova em Portugal, que a coloca e depois da sua apresentação pública no primeiro encontro internacional sobre Arte Nova em Portugal, como a verdadeira responsável pela sua defesa e divulgação. Juntando pontos de vista já anteriormente defendidos por grandes especialistas como Manuel Rio-Carvalho, José-Augusto França e José Manuel Fernandes, contrariando a lógica que pretende negar a autonomia e o valor da nossa cultura, pautando-a por modelos próprios e não segundo a adequação e a subserviência a modelos estrangeiros, a autora partiu para a caracterização dos vectores fundamentais deste estilo no nosso país: o eclectismo crítico, um conceito definido pelo arquitecto do modernismo catalão, Domènech i Montaner e desenvolvido pelo crítico Ignasi Solà-Morales, um conceito com o qual a nossa arquitectura Arte Nova e uma parte da Arte Nova internacional tem grandes afinidades, a valorização do arquétipo do Barroco - que segundo Eugénio D’Ors nasceu em Portugal - tal como o caracteriza José Fernandes Pereira, mais decorativo, do que estrutural, as variantes de interpretação segundo os materiais regionais, como Reynaldo dos Santos observou em relação ao Românico e finalmente aquilo que constitui uma das suas maiores e mais belas especificidades, a exuberância da decoração artística do azulejo e da serralharia, contribuindo para a imagem que nos oferece de ‘uma Primavera eterna’, título do presente livro que é simultaneamente uma síntese do seu conteúdo poético”.
Notas biográficas. O círculo de amigos
Francisco Augusto da Silva Rocha é o autor do mais coerente e original conjunto de arquitectura Arte Nova em Portugal que levou um especialista como José-Augusto França a considerar Aveiro capital deste estilo no nosso país, um estilo de cuja defesa, a partir de 1996, se tornou o baluarte.
Numa primeira parte, os capítulos iniciais, a autora através de um minucioso conjunto de notas biográficas dá vida ao percurso público de Silva Rocha, criador do ensino industrial de Aveiro, professor e director durante várias décadas da Escola Industrial e Comercial Fernando Caldeira, que inaugurou em 1903 num edifício do seu risco, sobre os arcos de antigos moinhos de maré, num terreno pertença do seu sogro João Pedro Soares, pai de Olinda Augusta Soares que em 1896 se tornou sua esposa. A 21 de Setembro de 1897 nascia a sua única filha, Maria Luísa, que preservaria a sua memória e muitos dos essenciais documentos que hoje devolvem à cidade de Aveiro uma obra intemporal.
Ao mesmo tempo, noutro capítulo, o círculo de amigos ilustres ajuda, através da sua correspondência com o arquitecto aveirense, a dar vida a uma figura cuja competência profissional, talento artístico e excepcionais qualidades humanas ressaltam dessa forma pela pena do químico Charles LePierre, do grande escritor Jayme de Magalhães Lima ou do insigne escultor Teixeira Lopes.
A admiração dos seus contemporâneos, como o grande crítico António Arroyo, o músico Viana da Mota, ou Alberto Souto, é ainda bem visível no conjunto de soberbos retratos (reproduzidos no livro) entre escultura, pintura, desenho e caricatura que lhe dedicaram artistas como Sousa Caldas, Cândido da Cunha, Lauro Corado ou Armando Boaventura.
Silva Rocha ilustrador e pintor
A polifacetada personalidade artística de Silva Rocha está ainda documentada pelos seus trabalhos como ilustrador, onde ressaltam os desenhos e aguarelas para o artigo de Luís de Magalhães: “os Barcos da Ria de Aveiro”, a convite de Rocha Peixoto, publicados em 1889 na Revista Portugália e os desenhos que realizou para a ementa do jantar de homenagem ao rei D. Manuel II em Aveiro (27/11/1908).
Relativamente à pintura de Silva Rocha, Maria João Fernandes situa-a entre a continuidade de uma tradição naturalista e uma modernidade emergente que luta por se afirmar, ainda muito próxima do modelo naturalista, mas ensaiando nos seus exercícios sobre a luz e a cor, os primeiros passos de uma poética impressionista que incidiu sobre o retrato e a pintura de paisagem e dos tipos populares da região.
À primeira categoria pertencem os retratos do sogro João Pedro Soares, da filha Maria Luísa e do pai do seu genro Justino, Francisco Maria Simões, de todos o mais trabalhado e conseguido, nas belíssimas variações tonais de luz e sombras. Os retratos de tipos populares mostram uma grande sensibilidade para a expressão da paisagem que se revela plenamente nos grandes espaços despojados da terra ou do mar. É no profundo sentimento de comunhão com a natureza, verdadeira essência da poesia, que a autora encontra, aliás, o elo entre a pintura e a arquitectura de Silva Rocha.
Céus ardentes sobre a terra acesa de um íntimo fulgor, o mar cintilante de todas as jóias da luz realizam a íntima alquimia do espaço que no conjunto da obra do pintor e do arquitecto é sugerida.
Silva Rocha arquitecto
Tal como nesta obra se demonstra, Francisco Augusto da Silva Rocha, como arquitecto, é o criador de um padrão de beleza e totalidade que reflecte simultaneamente a harmonia e a ordem da natureza, próprias de um modelo clássico (evocando o ideal da divina proporção, a regra de ouro praticada no Renascimento) e a fugacidade e o esplendor das suas formas, características de um modelo barroco.
Estes modelos revelam-se em períodos distintos da sua obra, autonomizando-se e dialogando. A gramática dos símbolos está presente quer no agenciamento das formas e dos volumes dos seus edifícios, quer nos detalhes da sua linguagem ornamental. Manifestam a ligação a um modelo clássico, a Escola Industrial Fernando Caldeira (1903) e o Hospital da Misericórdia de Aveiro (1900). Em 1908, com o edifício desenhado para Mário Belmonte Pessoa, actual Museu de Arte Nova, afirma-se a vertente barroca e ornamental da obra de Silva Rocha, não abandonando, no entanto, princípios classicizantes, a valorização de uma ordem estrutural e da harmonia das proporções.
Uma e outra destas vertentes, em dinâmico diálogo contribuirão, numa fusão progressiva, para a criação do muito particular e original estilo de uma gramática Arte Nova a que Silva Rocha deu forma, entre nós, no período exacto em que esta floresceu no resto da Europa. A autora analisa de um ponto de vista formal e poético outros edifícios, tão emblemáticos, como a casa do autor, na Rua do Carmo nº 12, a do nº 146 na Rua Cândido dos Reis, a casa dos nºs 5, 6 e 7 da Rua de João Mendonça, o palacete que pertenceu a Francisco Maria Simões, no Largo de Salreu, o antigo Balneário de Espinho, o edifício que actualmente abriga a Fundação Jacinto de Magalhães da Universidade de Aveiro ou aquele onde passou a funcionar o Museu da Cidade.
A alquimia interior que preside à criação de Silva Rocha, de expressão simbólica, materializa-se, adquirindo uma expressão plástica na sua arquitectura que apresenta no motivo das rosas em cruz, em dois dos seus edifícios, um dos mais belos símbolos da Arte Nova, encarada esta num plano internacional.
Unidade de Convalescença já funciona no Hospital de Anadia
A nova Unidade de Convalescença do Hospital José Luciano de Castro de Anadia já está a funcionar. A admissão do primeiro doente foi feita no dia 8 de Janeiro, logo após a visita de Maria José Hespanha, coordenadora da equipa de coordenação regional da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados, que no mesmo dia, durante a manhã, procedeu à vistoria, dando como adequadas as condições do novo serviço. De acordo com José Afonso, presidente do Conselho de Administração do Hospital José Luciano de Castro de Anadia, a seguir à visita da responsável teve lugar uma reunião de trabalho entre a equipa e o pessoal do serviço do hospital, para ser feita a integração e “limar arestas”, a seguir à qual se procedeu à admissão do primeiro doente. E no dia seguinte, 9 de Janeiro, até meio da tarde já eram cinco os doentes instalados na nova unidade, que tem no total 20 camas. Foi da adaptação da estrutura onde funcionava o antigo serviço de medicina daquela unidade hospitalar que resultou a nova Unidade de Convalescença. Em finais de Setembro de 2008 o serviço de medicina fechou portas para iniciar as obras de readaptação. Obras estas concluídas em finais de Dezembro. No total foram gastos 75 mil euros, objecto de um financiamento através de um protocolo entre a Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC) e o hospital. Agora, como explicou Pedro Nogueira, enfermeiro director, os doentes que vêm para o Hospital de Anadia já não são os agudos. Porque esses são tratados nos Hospitais da Universidade de Coimbra ou em Aveiro. “São doentes de situação de pós-agudo. As pessoas vêm para cá para reabilitar, não para estar”. E se ao fim de 30 dias o doente não está reabilitado vai para uma unidade de média ou longa duração. “Os doentes têm de ter potencial de recuperação, estando previsto que mais ou menos em 30 dias possam recuperar alguma da sua autonomia”, explicou Pedro Nogueira, acrescentando que também é ensinada a família a lidar com a situação: “A família recebe ensinos e passa a tratar do doente. Isto já acontecia, mas não de uma forma tão sistemática. Mudou a filosofia de reabilitação intensiva. Hoje os familiares podem estar aqui o dia inteiro”. José Afonso lembra que “antes era frequente ver os doentes chegarem de maca. Agora vêm com a família”, sublinhando que Portugal foi dos últimos países europeus a adaptar este modelo e desmistificando que a nova unidade é apenas para moribundos. A Unidade de Convalescença A unidade que entrou em funcionamento, um espaço que já existia, está agora mais airoso e agradável. Algumas paredes ganharam cor, como é exemplo o laranja, tornando o espaço confortável e aconchegante. Logo a seguir ao “hall” de entrada está uma sala de acolhimento dos doentes e familiares. Existe também um refeitório e uma área que foi transformada numa zona de reabilitação/ ginásio, gerida por fisioterapeutas. O internamento conta com 20 camas e duas áreas para banho assistido. Todas as barreiras arquitectónicas foram completamente eliminadas. Tanto para José Afonso como para Pedro Nogueira os ganhos são vários: a família sente-se acompanhada, porque habitua-se a uma nova incapacidade do doente; muitos doentes permaneciam em hospitais com agudos, contraindo infecções, porque estavam expostos sem haver necessidade; são libertadas camas nos hospitais com agudos. Unidade de Cuidados Paliativos O próximo projecto para o Hospital José Luciano de Castro é a Unidade de Cuidados Paliativos, para a qual já há um financiamento no valor de 530 mil euros, proveniente de um protocolo entre a ARSC e o hospital. “Inicialmente seria para 10 camas, mas agora estamos a reavaliar se será esse número ou outro”, adiantou José Afonso. A área da cirurgia é que vai ser adaptada nesta unidade, que pretende cuidar pessoas cuja esperança de vida está limitada por alguma intercorrência de saúde e que se pretende dar qualidade aos últimos dias de vida, independentemente da idade. “O terceiro projecto será a criação de uma Unidade de Cirurgia do Ambulatório. O Hospital de Anadia está em processo dinâmico”, concluiu o administrador daquela unidade hospitalar. (Foto: Davide Silva)
Urgências de Anadia encerradas há um ano sem protocolo assinado
No passado dia 2 fez um ano que a Urgência do Hospital José Luciano de Castro de Anadia foi encerrada pelo então ministro da Saúde, Correia de Campos. As dezenas de manifestações levadas a cabo pelo povo ainda estão vivas na memória de muitos. Mas cessaram. E volvidos estes 12 meses o hospital está hoje requalificado. Contudo, o protocolo proposto pelo Ministério da Saúde continua por assinar pela Câmara Municipal de Anadia. José Paixão, que liderou o movimento cívico de populares denominado por “Unidos pela Saúde”, afirma sem pudor que o protocolo, mesmo não tendo sido assinado por Litério Marques, presidente da Câmara de Anadia, “está a ser cumprido”. Fundamenta-se nas “obras que têm estado a decorrer no hospital, assim como algumas alterações ao nível de consultas de especialidade”. Assumindo-se, desde o início, como uma voz da discórdia ao longo de todo o processo, José Paixão admite que a Consulta Aberta, que veio substituir o Serviço de Urgência, “está a funcionar satisfatoriamente”. Mas continua firme na opinião face à eventual assinatura do protocolo: “Continuamos a não aceitá-lo como está e não o queremos ver assinado. Com esta gente não vale a pena. Só se formos tolos! Há concelhos que assinaram e não receberam nada em troca”, atirou, dando como exemplos Cantanhede e Estarreja. E chegou mais longe, propondo a assinatura de um “inventário”, depois de “tudo lá estar, para não ficarmos sem nada definitivamente”. Para José Paixão, um ano depois das portas da Urgência estarem fechadas em Anadia, o problema continua a ser o mesmo: a redução do horário de atendimento ao público, que passou de 24 horas para 16 horas, ou seja, a Consulta Aberta encerra das 24 às 8 horas da manhã. “Se estivesse a funcionar durante as 24 horas era excelente. Não pedíamos mais”, afiança, garantindo que da sua parte haverá sempre contestação enquanto não estiverem contempladas as 24 horas de funcionamento do serviço, equacionando mesmo voltar à rua “em ano de eleições”. “Se tudo está a ser cumprido, para quê assinar agora o protocolo? Arriscamos prejuízos”, advertiu. Hospital requalificado De acordo com informações da Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC), a cessação do Serviço de Urgência do Hospital José Luciano de Castro de Anadia, a 2 de Janeiro de 2008, implicou a criação de uma Consulta Aberta, inserida no âmbito do programa de reforma dos cuidados de saúde primários, que entrou imediatamente em funcionamento na mesma data. A partir dessa altura avançou o projecto de requalificação do hospital, projecto esse do qual faz parte a Consulta Aberta, bem como a criação de consultas da especialidade. Assim, segundo a ARSC, em colaboração com os Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC) estão já a funcionar as consultas de Otorrinolaringologia e de Dermatologia, estando previsto arrancar, em breve, a consulta de Oftalmologia. Foi também reforçada a Cirurgia Vascular, em articulação com os HUC, e alargado o horário da consulta de Pediatria, bem como a melhoria da oferta do hospital em Fisioterapia, com a contratação de dois fisioterapeutas, o que está a permitir reduzir a lista de espera nesta área. Nova Unidade de Convalescença Ainda no âmbito do projecto de requalificação iniciaram-se obras para a instalação de uma Unidade de Convalescença, com 20 camas, integrada na Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados. As obras estão, nesta altura, concluídas, aguardando o hospital apenas a vistoria das entidades responsáveis da ARSC, estando prevista a abertura da unidade ainda este mês. A ARSC relembra ainda que, a 22 de Dezembro de 2007, o INEM I.P. instalou uma ambulância SBS (Suporte Básico de Vida), com dois técnicos de ambulância de emergência (TAE), destinada a servir o município de Anadia. O sistema regional de socorro e transporte conta ainda com as unidades VMER sedeadas em Coimbra e Aveiro. Mais de 35 mil atendimentos na Consulta Aberta em 2008 Segundo números fornecidos pela ARSC, a Consulta Aberta, a funcionar no Hospital José Luciano de Castro de Anadia, de 2 de Janeiro de 2008 a 31 de Dezembro de 2008, somou um total de 37.102 atendimentos. De referir ainda que foram realizadas 450 consultas de Dermatologia, desde Maio de 2008 e 60 consultas de Otorrinolaringologia, desde Outubro do mesmo ano. O Quiosque das Letras ouviu alguns utentes, que se mostraram satisfeitos com a prestação da Consulta Aberta. Apesar disto, a maioria deles mostrou preocupação face ao encerramento depois da meia-noite, visto não haver confiança na alternativa (transporte pelo INEM para os HUC). Um longo processo Recuando no tempo, o processo das Urgências de Anadia - concretizando-se o fecho a 2 de Janeiro de 2008 -, teve início ainda antes, em Dezembro, porque uma providência cautelar foi interposta pela autarquia, acabando por ser rejeitada pelo Tribunal Administrativo e Fiscal de Viseu. As dezenas de acções de rua promovidas pelo “Unidos pela Saúde” acabaram por desgastar a imagem do ministro Correia de Campos, que acabou por se demitir, sucedendo-lhe Ana Jorge, que acabou por manter os seus argumentos e a decisão. Nesta altura Litério Marques decide afastar-se dos protestos, mostrando abertura ao diálogo com Ana Jorge. Hoje, o autarca vai-se agarrando a aspectos formais do protocolo proposto pela nova ministra, para protelar a sua assinatura. Mas as melhorias vão chegando na mesma ao Hospital José Luciano de Castro. (Foto: Ana Jesus Ribeiro)
Misericórdia de Anadia festeja 100 anos de história
A Santa Casa da Misericórdia de Anadia (SCMA) festejou o primeiro centenário no dia 8 de Dezembro. Foi repetido durante a sessão solene, que decorreu no Cine-Teatro Municipal de Anadia, ainda por inaugurar, que a instituição tem em muito contribuído para aumentar a qualidade de vida das populações, prestando neste momento respostas sociais a 460 utentes na totalidade. O presidente da Mesa da Assembleia Geral da SCMA, Lopo de Freitas, foi quem iniciou a cerimónia, falando da instituição e saudando todos os presentes. Seguiu-se Carlos Matos, provedor da SCMA, que começou por cumprimentar os dois ex-provedores - Belchior Barata Tovar (1979-1981) e Marílio Rodrigues (1982-1994) -, que por razões familiares não estiveram presentes. “Um século é um marco importante”, referiu Carlos Matos, que enumerou as mais importantes datas da instituição, recordando um pouco da história da SCMA, desde a sua fundação, passando pela doação do Hospital José Luciano de Castro e pela sua remodelação, até à acção da Misericórdia, na década de 80/90, que passou a ser dirigida aos equipamentos sociais. “A partir de 1995, quando tomámos posse, dissemos que os nossos esforços eram para manter em alta o funcionamento da instituição. Tentamos que os utentes se sintam em casa”, disse Carlos Matos, referindo que está em curso a ampliação e remodelação do Lar José Luciano de Castro, uma obra por administração directa. O provedor frisou que Osvaldo Martins, administrador do Grupo Pavigrés, é “um grande benfeitor, porque está a equipar a cozinha e copa do Complexo Social Seabra de Castro”. Além das valências da SCMA e dos 460 utentes, Carlos Matos fez ainda referência ao projecto CADI, no âmbito do Programa Escolhas. As parcerias com Centros Novas Oportunidades, para certificar competências no 9º e 12º anos a cerca de 100 formandos também fazem parte do trabalho desenvolvido. O provedor da SCMA explicou que só para custos com pessoal vai uma fatia de 60% do orçamento, apelando à ajuda da Segurança Social e da autarquia, através de subsídios, “porque com as obras sociais temos aliviado a Câmara de obrigações que lhe competem”, disse Carlos Matos, que prefere que a transferência de competências, das áreas sociais para as autarquias, não se concretize: “As Câmaras ainda não estão vocacionadas para o social”. O provedor lembrou que integrado nas comemorações do centenário da SCMA está também a publicação de um livro, escrito por Carlos Alegre e a edição de quatro selos, alusivos à família Luciano de Castro. O adjunto do Governador Civil de Aveiro, Fernando Mendonça, afirmou que este aniversário coloca a SCMA no rol das instituições mais antigas do distrito de Aveiro, lembrando que o Estado muito lhes deve, devido ao papel de relevância que assumem ao nível da intervenção social. Cooperação com autarquias Manuel Lemos, presidente do Secretariado Nacional da União das Misericórdias Portuguesas, reconheceu que se a SCMA é necessária, “é importante reconhecer o dinamismo do provedor, que tem melhorado muito a instituição no decorrer do seu mandato. É necessário responder às necessidades, mas de forma eficaz e com qualidade”. O dirigente sublinhou que a história das Misericórdias é de cooperação com as autarquias. “A Câmara de Anadia tem intervenção sobre a comunidade do concelho, tal como a SCMA”, explicou, admitindo só haver problemas com a transferência de competências se não houver bom-senso, porque o objecto da sua actividade são as mesmas pessoas”. Já Celestino de Almeida, director do Centro Distrital de Segurança Social de Aveiro, saudou e felicitou a instituição, dizendo que as respostas sociais “são a retaguarda da vida activa da sociedade”. O director garantiu a Carlos Matos ajuda, “no que for possível”, e afirmou que o concelho de Anadia tem das “melhores taxas de cobertura no distrito de Aveiro e se calhar até de todo o país”. Litério Marques, presidente da Câmara de Anadia, disse que não se iria preocupar com a transferência de competências, porque a “situação actual não recomenda isso”. O autarca lembrou também a entrega de um galardão à SCMA (no dia seguinte ao centenário, dia 9), como forma de reconhecimento. A cerimónia do centenário terminou com a apresentação do livro sobre os 100 anos da instituição, feita por Nuno Rosmaninho.
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