Sessão ordinária prolongou-se pela madrugada dentro
A Assembleia Municipal da Mealhada aprovou, anteontem, dia 29, o Orçamento e as Opções do Plano do Município para o ano 2010. Os documentos foram aprovados em sessão ordinária, com 22 votos a favor, um voto contra e seis abstenções. A Assembleia Municipal aprovou, também, na mesma sessão - que se estendeu pela madrugada dentro - o Regulamento e Tabela de Taxas do Município (com 18 votos a favor e 11 contra), o Regulamento Municipal da Urbanização e Edificação do Município (por unanimidade) e o mapa de pessoal da autarquia para 2010 (com 25 votos a favor e quatro abstenções), além de uma proposta de delegação de competências nas Juntas de Freguesia (também por unanimidade). As Opções do Plano e o Orçamento para 2010 tinham sido aprovadas, a 10 Dezembro, em reunião de Câmara, com cinco votos a favor (da maioria PS) e duas abstenções (dos vereadores do PSD). De acordo com os documentos, agora aprovados pela Assembleia Municipal, a despesa global (despesas correntes e de investimento) que o Município prevê realizar, durante o próximo ano, é da ordem dos 18,630.860 euros. Educação, Ambiente, Habitação e Rede Viária destacam-se entre as áreas que, ao nível das despesas de investimento, terão maior impacto orçamental, no ano 2010. A título meramente exemplificativo, a construção do Centro Educativo da Pampilhosa (em curso) tem uma dotação de 700 mil euros, à recuperação do Bairro Social de Canedo estão atribuídos 530 mil euros, ao Parque da Cidade (antigos Viveiros) 460 mil e para o arranjo da zona envolvente da Zona Desportiva da Mealhada estão orçamentados 369.700 euros. Para abastecimento de água (remodelação e extensão de redes um pouco por todo o concelho) estão previstos 1,35 milhões de euros. Por sua vez, o investimento na qualificação da rede viária concelhia (na construção de novos arruamentos, remodelações e beneficiações, abrangendo nas oito freguesias) deverá alcançar os 2,48 milhões de euros.
Aldeia da Madureira, em Amoreira da Gândara, Anadia, chocada com homicídio de Maria Alice Jesus
Maria Alice Jesus, com 63 anos e viúva há dois, foi brutalmente assassinada na madrugada do passado sábado (de 20 para 21 de Novembro), com várias facadas na cara e no pescoço e uma pancada na cabeça, no interior do seu mini-mercado, situado no lugar de Madureira, freguesia de Amoreira da Gândara, concelho de Anadia. O clima que se vive na aldeia, desde sábado de manhã, é de medo e consternação. Foram os próprios vizinhos que descobriram o cadáver, cerca das 7 horas da manhã. “Estranhámos a Maria Alice não ter aberto as portas da mercearia e os sacos do pão ainda estarem pendurados cá fora. Foi quando três vizinhos se juntaram para entrar dentro de casa, com a a juda de um escadote, pela varanda que dava para o quarto dela”, conta Lucília Ferreira Moreira, vizinha, que veio à porta da Tasquinha do Gala à procura da data e hora do funeral, ontem, dia 24. Contudo, nas portas e vidros daquela que era a única mercearia e café da Madureira, e dos quais Maria Alice era proprietária, ainda não estava nenhuma informação relativa ao funeral. Lucília Moreira continuava incrédula. Diz que ninguém se apercebeu de nada na noite do crime. “Nem os vizinho da frente”. Só quando entraram na casa da vítima e depois de a percorrer, foram encontrar a sexagenária numa arrecadação junto à mercearia, tombada e de bruços, já sem vida, conforme explicou a vizinha. “Uma boa mulher” Lucília Moreira contou ao Quiosque das Letras que na noite do crime, cerca das 20.30 horas, esteve com a proprietária da Tasquinha do Gala na mercearia, “porque recebi uma carta em casa para uma pessoa que eu desconhecia e fui ter com ela para ver se sabia de quem se tratava. Disse-me que tinha muito que fazer e que ali ficaria pelo serão, porque estava com a máquina de etiquetar a colocar preços nos produtos”. A vizinhança admite que os autores do homicídio devem ter surpreendido Maria Alice na merceria, tendo trancado a porta quando saíram e lamenta a perda de “uma boa mulher”, admitindo que “vai fazer falta na aldeia a Ti Maria Alice”. Dez facadas As perícias realizadas ao cadáver revelam ter sido esfaqueada por dez vezes, sendo que a mulher foi ainda agredida na cabeça, ao que parece com uma pedra. O cenário onde foi encontrada, com as paredes ensanguentadas, deu a entender às autoridades que a idosa ofereceu resistência e lutou, com todas as forças, contra quem a matou. O cadáver foi transportado para o Instituto de Medicina Legal de Aveiro, onde a causa da morte terá sido apurada na autópsia. Os assaltantes roubaram dinheiro e tabaco. Suspeita-se que os mesmos indivíduos sejam os responsáveis pelo assalto à Igreja Matriz de Amoreira da Gândara - de onde foram furtadas três cruzes em prata, avaliadas em cerca de 40 mil euros, usadas nas procissões da aldeia - e um talho, de onde levaram dinheiro e chouriças, na mesma madrugada. Assaltantes a monte A Polícia Judiciária (PJ) de Aveiro, a quem está entregue o caso, continua a investigar vestígios dos autores do crime, que continuam a monte. De acordo com fonte policial, esta investigação “é prioritária”. A presença de elementos da PJ na aldeia da Madureira tem mantido a população mais tranquila. Mas o ambiente não deixa de ser de tensão e medo. Lucília Moreira revelou que as filhas e genros “têm ficado a dormir cá em casa. Nós não queremos deixar a nossa casa, para ir viver com eles. Mas temos algum receio”. O funeral de Maria Alice Jesus Gala deve acontecer hoje, dia 25.
Autarquia aguedense limpa terreno e prossegue com a construção de passeio
A Câmara Municipal de Águeda procurou e conseguiu um acordo com os proprietários de uma habitação, localizada na Avenida Calouste Gulbenkian, junto ao Centro de Saúde de Águeda, para regularizar e melhorar o espaço junto da via pública. A autarquia, no passado dia 20 de Março, iniciou o processo de limpeza daquela área e de seguida passará para a construção do prolongamento do passeio. A zona em questão apresentava uma casa devoluta, em semi-ruína, com alguns animais à solta, tornando-se num amontoado de lixo propício à proliferação de alguns “bichos”, no fundo um perigo para quem lá habitava e para saúde pública. Segundo o vice-presidente da Câmara, Jorge Almeida, que se deslocou ao local, “era um espaço muito degradado, com muitos animais à solta, que não era compatível com aquela zona habitacional”. Jorge Almeida reconheceu que a autarquia “deu um passo significativo para melhorar a qualidade de vida daquelas pessoas”. A Câmara Municipal de Águeda agradece toda a disponibilidade e colaboração dos proprietários daquele espaço.
Dia 15 de Fevereiro jornada aos recantos da serra
Depois das chuvas fartas e das noites mais frias do Inverno serrano, os vales que descem com os rios do Caramulo vestem-se com as cores verdes e amarelas do concelho de Águeda. São as acácias mimosas que anunciam a Primavera. Nada ponha os serranos a dar pulos de contente, porque as acácias que explodem de amarelo, são elas próprias tão daninhas que perturbam e destroem a criação natural da biodiversidade secular destas encostas e destes vales. Nos últimos anos as pinceladas de amarelo têm-se multiplicado muito além do que seria aceitável, com os magotes a debruçarem-se nos penhascos, a envolver as aldeias e a esticarem-se em linha, pelas corgas e rios abaixo. É, todavia, uma atracção instantânea e fugaz, tão daninha como a própria mimosa, levando “Os Serranos Associação Etnográfica” a organizar, em cada ano, uma visita aos recantos da serra, que tanto excita o lado estético, como denuncia a proliferação desta espécie invasora, que pode ser combatida através da presença humana mais frequente e mais intensa e com a promoção dos produtos da tradição serrana. Contra a desertificação Em 15 de Fevereiro próximo, “Os Serranos Associação Etnográfica” vai lançar mais uma jornada de regresso aos recantos da serra que já se denominou de Alcoba, seguindo as manchas amarelas e daninhas que correm e serpenteiam ao lado dos rios travessos e transparentes. No fundo dos vales, em cima e pelos lados dos rios bruscos e cristalinos serpenteia a praga das acácias, que cresce ano após ano e atrapalha a vegetação nativa e a exploração da floresta. Contudo, saltando das manhãs de geada, os cachos de amarelo-vivo espalham aromas breves e proporcionam um cenário belo. De quando em quando, a caravana tropeça com o casario das pequenas aldeias, desejosas de habitação e das visitas que levam presença humana, ainda que seja motivada pelo exotismo da combinação e pela mistura de pedra e telha cor de pedra com os magotes amarelados das mimosas. “Os Serranos” organizam este “raid fotográfico”, que se inicia junto aos Bombeiros Voluntários de Águeda, pelas 9 horas. Depois partem pelas veredas serranas, rios acima, parando nas fontes e nas aldeias milenares. As mimosas daninhas e filhas da desertificação e da quebra da biodiversidade natural, são o motivo desta pequena aventura, cujo colorido único e fugaz, não esquece que devem ser combatidas como praga má e que o regresso das populações nativas e a visita frequente dos seus amigos constitui um destes instrumentos de luta pelo re-estabelecimento da flora arbustiva natural da encosta ocidental da serra do Caramulo. Salvas as aldeias serranas O roteiro incluirá o convívio com o povo serrano, seja no mata-bicho em Alcafaz, seja no almoço em Falgoselhe, seja no fim do dia com a compra do mel no Carvalhal (uma maravilha) e a prova do vinho americano em Rio de Maçãs. Pela tarde fora, passados outros vales e portelas, espreitam-se os fios e as quedas de água, que se juntam nos sulcos cavados pelo arado dos milénios, onde lá fundo, junto com os rios e as corgas, também correm filas de mimosas, verdes e amarelas, que se despejam nos grandes magotes nas praias fluviais. Quando o dia estiver a terminar, também termina a aventura do “En(contra) as mimosas”, que visa despertar as consciências para todos os contributos que possam combater esta praga invasora. Antes do fim, debaixo e entre-as-pedras do Rio de Maçãs, “Os Serranos” organizam uma merenda colectiva, com animação à mistura. Para este repasto pede-se que se abram os farnéis da partilha, que cada um deve levar, juntando-se ao americano farto na tigela do Zé Fidalgo. Durante o dia, além das caminhadas pelos percursos pedonais, os participantes terão percorrido cerca de 70 km, pelas estradas serranas, com a organização a assegurar que todo o percurso pode ser realizado com carro ligeiro. As inscrições terão de ser feitas até amanhã, dia 11 de Fevereiro, dirigindo-se à “Associação Etnográfica Os Serranos” ou nos locais assinalados, na cidade de Águeda (Foto POP, Ourivesaria Diamante, Casa Candeeiro e Ourivesaria Arromba). Poderão ainda ser usados os telefones 234 655 109, 234 655 181, 91 752 63 35 e 96 872 36 23. A inscrição é no valor de 15 euros por pessoa (12 euros para os sócios da “Associação Etnográfica Os Serranos”). Inclui o almoço.
Lançamento de livro e inauguração de exposição sobre Francisco da Silva Rocha
Encontra-se patente no Museu de Arte Nova (antiga Casa Major Pessoa), em Aveiro, até ao dia 15 de Março, a exposição documental “Francisco da Silva Rocha: arquitecto e artista 1864-1957”. Inaugurada no dia 24 de Janeiro, a exposição visa analisar a vida e obra de Francisco da Silva Rocha, desde a sua componente como arquitecto ligado ao movimento Arte Nova, à sua obra como pintor e relações familiares e amigos, muitos dos quais artistas e individualidades da altura, ou seja, os aspectos biográficos mais relevantes. A abertura oficial e apresentação da monografia contaram com as presenças do presidente da Câmara Municipal de Aveiro, Élio Maia, do vereador do pelouro dos Assuntos Culturais, Miguel Capão Filipe e da comissária da exposição, Maria João Fernandes. Na mostra estão expostos objectos como sejam desenhos, plantas, pintura feita por Francisco Silva Rocha e documentação original da época – fotos e correspondência. Quase todos os objectos são propriedade dos descendentes e algumas pinturas são de coleccionadores particulares. Também no dia 24 procedeu-se ao lançamento e apresentação do livro “Francisco da Silva Rocha - 1864-1957 Arquitectura Arte Nova - Uma Primavera Eterna”, da autoria de Maria João Fernandes, bisneta do arquitecto. O livro de Maria Fernandes: Francisco da Silva Rocha (1864-1957) “Arquitectura Arte Nova - Uma Primavera Eterna” é simultaneamente a merecida homenagem a um dos expoentes da cultura do início do século XX e ao modelo de beleza e equilíbrio a que deu forma na sua arquitectura, sob o signo da Arte Nova, mas também o hino a um tempo esquecido e à sua esplêndida e luminosa herança, dádiva a uma cidade onde natureza e cultura se conjugam, da casa que foi de Mário Pessoa, obra-mestra de Silva Rocha, Museu de Arte Nova (antiga Casa Major Pessoa), onde está patente a exposição que lhe é dedicada. Informações complementares: - “Francisco da Silva Rocha - 1864-1957 Arquitectura Arte Nova – Uma Primavera Eterna” por Maria João Fernandes.
- “Silva Rocha é o protagonista maior da construção e do carácter da cidade de Aveiro da sua época” - Álvaro Siza.
- “Uma personalidade estética tão singular como a do arquitecto Silva Rocha, não apenas profeta mas autor das belas expressões da Arte Nova de que se honra Aveiro” - Eduardo Lourenço.
O livro de Maria João Fernandes é promovido e editado pelo pelouro da Cultura da Câmara Municipal de Aveiro e coordenado pela equipa da Biblioteca Municipal. É a primeira monografia de um arquitecto à luz da Arte Nova, apresentada por Álvaro Siza Vieira. Tal como este acentua no seu prefácio: “Maria João Fernandes, com um percurso de crítica de arte, afirmado ao longo destes últimos 30 anos, produziu a primeira definição da Arte Nova em Portugal, que a coloca e depois da sua apresentação pública no primeiro encontro internacional sobre Arte Nova em Portugal, como a verdadeira responsável pela sua defesa e divulgação. Juntando pontos de vista já anteriormente defendidos por grandes especialistas como Manuel Rio-Carvalho, José-Augusto França e José Manuel Fernandes, contrariando a lógica que pretende negar a autonomia e o valor da nossa cultura, pautando-a por modelos próprios e não segundo a adequação e a subserviência a modelos estrangeiros, a autora partiu para a caracterização dos vectores fundamentais deste estilo no nosso país: o eclectismo crítico, um conceito definido pelo arquitecto do modernismo catalão, Domènech i Montaner e desenvolvido pelo crítico Ignasi Solà-Morales, um conceito com o qual a nossa arquitectura Arte Nova e uma parte da Arte Nova internacional tem grandes afinidades, a valorização do arquétipo do Barroco - que segundo Eugénio D’Ors nasceu em Portugal - tal como o caracteriza José Fernandes Pereira, mais decorativo, do que estrutural, as variantes de interpretação segundo os materiais regionais, como Reynaldo dos Santos observou em relação ao Românico e finalmente aquilo que constitui uma das suas maiores e mais belas especificidades, a exuberância da decoração artística do azulejo e da serralharia, contribuindo para a imagem que nos oferece de ‘uma Primavera eterna’, título do presente livro que é simultaneamente uma síntese do seu conteúdo poético”.
Notas biográficas. O círculo de amigos
Francisco Augusto da Silva Rocha é o autor do mais coerente e original conjunto de arquitectura Arte Nova em Portugal que levou um especialista como José-Augusto França a considerar Aveiro capital deste estilo no nosso país, um estilo de cuja defesa, a partir de 1996, se tornou o baluarte.
Numa primeira parte, os capítulos iniciais, a autora através de um minucioso conjunto de notas biográficas dá vida ao percurso público de Silva Rocha, criador do ensino industrial de Aveiro, professor e director durante várias décadas da Escola Industrial e Comercial Fernando Caldeira, que inaugurou em 1903 num edifício do seu risco, sobre os arcos de antigos moinhos de maré, num terreno pertença do seu sogro João Pedro Soares, pai de Olinda Augusta Soares que em 1896 se tornou sua esposa. A 21 de Setembro de 1897 nascia a sua única filha, Maria Luísa, que preservaria a sua memória e muitos dos essenciais documentos que hoje devolvem à cidade de Aveiro uma obra intemporal.
Ao mesmo tempo, noutro capítulo, o círculo de amigos ilustres ajuda, através da sua correspondência com o arquitecto aveirense, a dar vida a uma figura cuja competência profissional, talento artístico e excepcionais qualidades humanas ressaltam dessa forma pela pena do químico Charles LePierre, do grande escritor Jayme de Magalhães Lima ou do insigne escultor Teixeira Lopes.
A admiração dos seus contemporâneos, como o grande crítico António Arroyo, o músico Viana da Mota, ou Alberto Souto, é ainda bem visível no conjunto de soberbos retratos (reproduzidos no livro) entre escultura, pintura, desenho e caricatura que lhe dedicaram artistas como Sousa Caldas, Cândido da Cunha, Lauro Corado ou Armando Boaventura.
Silva Rocha ilustrador e pintor
A polifacetada personalidade artística de Silva Rocha está ainda documentada pelos seus trabalhos como ilustrador, onde ressaltam os desenhos e aguarelas para o artigo de Luís de Magalhães: “os Barcos da Ria de Aveiro”, a convite de Rocha Peixoto, publicados em 1889 na Revista Portugália e os desenhos que realizou para a ementa do jantar de homenagem ao rei D. Manuel II em Aveiro (27/11/1908).
Relativamente à pintura de Silva Rocha, Maria João Fernandes situa-a entre a continuidade de uma tradição naturalista e uma modernidade emergente que luta por se afirmar, ainda muito próxima do modelo naturalista, mas ensaiando nos seus exercícios sobre a luz e a cor, os primeiros passos de uma poética impressionista que incidiu sobre o retrato e a pintura de paisagem e dos tipos populares da região.
À primeira categoria pertencem os retratos do sogro João Pedro Soares, da filha Maria Luísa e do pai do seu genro Justino, Francisco Maria Simões, de todos o mais trabalhado e conseguido, nas belíssimas variações tonais de luz e sombras. Os retratos de tipos populares mostram uma grande sensibilidade para a expressão da paisagem que se revela plenamente nos grandes espaços despojados da terra ou do mar. É no profundo sentimento de comunhão com a natureza, verdadeira essência da poesia, que a autora encontra, aliás, o elo entre a pintura e a arquitectura de Silva Rocha.
Céus ardentes sobre a terra acesa de um íntimo fulgor, o mar cintilante de todas as jóias da luz realizam a íntima alquimia do espaço que no conjunto da obra do pintor e do arquitecto é sugerida.
Silva Rocha arquitecto
Tal como nesta obra se demonstra, Francisco Augusto da Silva Rocha, como arquitecto, é o criador de um padrão de beleza e totalidade que reflecte simultaneamente a harmonia e a ordem da natureza, próprias de um modelo clássico (evocando o ideal da divina proporção, a regra de ouro praticada no Renascimento) e a fugacidade e o esplendor das suas formas, características de um modelo barroco.
Estes modelos revelam-se em períodos distintos da sua obra, autonomizando-se e dialogando. A gramática dos símbolos está presente quer no agenciamento das formas e dos volumes dos seus edifícios, quer nos detalhes da sua linguagem ornamental. Manifestam a ligação a um modelo clássico, a Escola Industrial Fernando Caldeira (1903) e o Hospital da Misericórdia de Aveiro (1900). Em 1908, com o edifício desenhado para Mário Belmonte Pessoa, actual Museu de Arte Nova, afirma-se a vertente barroca e ornamental da obra de Silva Rocha, não abandonando, no entanto, princípios classicizantes, a valorização de uma ordem estrutural e da harmonia das proporções.
Uma e outra destas vertentes, em dinâmico diálogo contribuirão, numa fusão progressiva, para a criação do muito particular e original estilo de uma gramática Arte Nova a que Silva Rocha deu forma, entre nós, no período exacto em que esta floresceu no resto da Europa. A autora analisa de um ponto de vista formal e poético outros edifícios, tão emblemáticos, como a casa do autor, na Rua do Carmo nº 12, a do nº 146 na Rua Cândido dos Reis, a casa dos nºs 5, 6 e 7 da Rua de João Mendonça, o palacete que pertenceu a Francisco Maria Simões, no Largo de Salreu, o antigo Balneário de Espinho, o edifício que actualmente abriga a Fundação Jacinto de Magalhães da Universidade de Aveiro ou aquele onde passou a funcionar o Museu da Cidade.
A alquimia interior que preside à criação de Silva Rocha, de expressão simbólica, materializa-se, adquirindo uma expressão plástica na sua arquitectura que apresenta no motivo das rosas em cruz, em dois dos seus edifícios, um dos mais belos símbolos da Arte Nova, encarada esta num plano internacional.
José Manuel Ribeiro quer saber para quando aprovação
José Manuel Ribeiro, vice-presidente do Grupo Parlamentar do PSD, quer saber, através de um requerimento entregue na mesa da Assembleia da República (AR), dirigido ao Governo, nomeadamente ao Ministro do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional, Francisco Nunes Correia, porque o Plano Director Municipal (PDM) de Anadia se “arrasta” há uma década “nos vários organismos do Estado”. O deputado do PSD à AR, eleito pelo Círculo de Aveiro, pretende apurar de quem é “a responsabilidade desta insustentável situação” e se o Governo tem noção dos “prejuízos que tem provocado aos munícipes de Anadia”. José Manuel Ribeiro começa por lembrar, no documento, que o processo de revisão do PDM de Anadia ter-se-á iniciado há cerca de uma década. E que o seu arrastar ao longo de “anos e anos tem vindo a provocar incalculáveis prejuízos ao município de Anadia em geral e, muito em especial, às populações anadienses”. Dificuldades para as empresas O parlamentar, no requerimento entregue na mesa da AR no dia 9, comparando Anadia aos concelhos vizinhos afirma que as empresas têm dificuldade em se instalarem no território municipal anadiense. E acrescenta: “Escusado será lembrar a importância do desenvolvimento das actividades económicas e comerciais nos concelhos, promovendo riqueza e criando emprego”. Por outro lado, José Manuel Ribeiro afirma ainda que são muitos os munícipes anadienses que não podem construir as suas casas nas suas terras, o que tem levado, “sobretudo jovens a adquirir moradia em concelhos vizinhos”, num êxodo que considera “perigoso”. O deputado afiança que ao longo do tempo assistiu-se a um “passar” de responsabilidades relativamente a esta matéria. “Da Administração Central para a autarquia, da autarquia para a Administração Central, e até de organismo de Estado para outro organismo do Estado”. Uma década a “rever” um instrumento de gestão territorial “fulcral para o desenvolvimento e progresso de um município é insustentável, é inaceitável, é incompreensível”, atira, dizendo que está na hora de ser esclarecida a situação “de uma vez por todas. É o momento de se apurar responsabilidades. É a altura de saber quando o PDM de Anadia será aprovado”, termina, não deixando de questionar para quando a sua aprovação.
CDS/PP de Anadia reclama revitalização do espaço
João Tiago Castelo Branco, presidente da Concelhia de Anadia do CDS/PP, diz que o abandono do Parque Municipal de Campismo da Curia “constitui um grave problema de saúde pública”, sendo uma “vergonha para o município e para o país que, em plena estância de Saúde e Turismo da Curia, exista esta lixeira, pelo que é urgente a sua reabilitação”. O líder popular deu a conhecer aos jornalistas uma visita efectuada ao espaço, recentemente, onde constatou “o total abandono”, desde as “infra-estruturas acabadas mas completamente destruídas, onde é deixado material relacionado com toxicodependência”. Castelo Branco afirma que o parque verde é usado para colocar todo o género de entulho, como é exemplo o amianto, e lixo, assim como o espaço envolvente que, “apesar de ter uma vista única para o Caramulo, Buçaco e Curia está repleto de silvas e mato, cuja degradação é constrangedora e inexplicável, atingindo todos os equipamentos existentes e habitações circundantes”. João Tiago Castelo Branco refere, no comunicado enviado à Imprensa, ter sido gasto no Parque Municipal de Campismo da Curia “muito dinheiro, muito já perdido, mas outro tanto que ainda se poderá salvar, caso haja vontade de reaproveitar o que resta deste empreendimento”. Por tudo isto, o presidente da Concelhia de Anadia do CDS/PP requereu uma informação ao presidente da Câmara de Anadia, Litério Marques, sobre os montantes pecuniários subsidiados e dos municipais já gastos com o Parque Municipal de Campismo da Curia. Solicitou, igualmente, a indicação do motivo da inactividade do Parque e qual o destino que ao mesmo vai ser dado. Litério Marques foi ainda “alertado para a tomada de providências para que a situação de insegurança e de insalubridade cessem imediatamente”, advertiu Castelo Branco. O Quiosque das Letras contactou Litério Marques, que não quis fazer qualquer comentário. O CDS/PP Anadia informou também o recém-empossado presidente da nova Entidade de Turismo do Centro, Pedro Machado, da situação. Denunciou, ainda, “este atentado ambiental” ao Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente da Guarda Nacional Republicana (SEPNA).
Mais de 33 mil lâmpadas iluminam vivenda e jardim em Chipar de Cima (Vilarinho do Bairro, Anadia)
A casa de Armando Ferreira, no lugar de Chipar de Cima, freguesia de Vilarinho do Bairro, Anadia, é durante o mês de Dezembro um dos ex-líbris da região, visitado por pequenos e graúdos, de toda a região e fora dela. O motivo é único: mais de 33 mil lâmpadas são colocadas pelo emigrante em torno da vivenda e pelo jardim, tradição que cumpre, quase religiosamente, de dois em dois anos. “É a quinta vez que o faço aqui em Chipar de Cima. Sou emigrante nos Estados Unidos da América (EUA), no Estado de Nova Iorque e foi lá que ganhei este gosto, porque era muito gratificante ver a alegria dos meus filhos quando colocava as iluminações de Natal”, recorda. Para levar a cabo esta “missão natalícia” - que acontece de dois em dois anos porque um Natal é passado em Anadia, outro nos EUA - Armando Ferreira põe mãos à obra no início de Outubro. Diz ser necessária muita paciência, porque todos os cabos têm de ser experimentados antes de serem colocados, para verificar se há lâmpadas fundidas. “Tenho brio nisto. E se é necessário reparar cabos tem de se fazer, passando cabo por cabo, para todas as lâmpadas ficarem acesas. Posto isto é pelo telhado que começo”, explica, com entusiasmo. Após os fios estarem todos espalhados, Armando Ferreira, 65 anos, começa a fazer as ligações. “São mais de 33 mil lâmpadas e mais de 300 metros de fio de distribuição para as luzes”, afirma, satisfeito. As luzes das janelas, portas e da árvore de Natal (um lindo azevinho) são de cor. As restantes são brancas. Iluminação até dia 6 de Janeiro Este ano cumpre-se o feito. E no passado dia 6 a casa e o jardim, situados em frente ao Lago de Santa Marinha, iluminaram-se pela primeira vez. Entre as 18 e as 24 horas é possível contemplar a iluminação de Armando Ferreira, até dia 6 de Janeiro. As suas luzes são já consideradas uma atracção nas redondezas e não só, chegando a fazer deslocar excursões de diversos pontos do país, como foi o caso de Portimão, há dois anos. Armando Ferreira conta que os carros chegam como se de uma romaria se tratasse. E da varanda, o emigrante espreita para os carros que estão estacionados junto ao lago, vendo-se apenas os flashes das máquinas fotográficas a disparar. Além da sua casa, em Chipar de Cima, também em Aguada de Cima (Águeda) há uma casa com iluminação de Natal peculiar. Este ano o presépio de Armando Ferreira ocupa outro lugar, estando no topo da escadaria, com um Pai Natal ao lado, que dá as boas-vindas. O emigrante apela a que quem vier e apanhar o portão fechado “toque à campainha para entrar e verem de perto. Delicio-me ao ver as crianças felizes com as renas do jardim ou com o insuflável e também com o Pai Natal, que canta e dança”. Solidariedade não é esquecida Armando Ferreira nunca fez contas à electricidade que gasta quando ilumina a sua casa durante o mês de Dezembro. Mas já houve quem quisesse deixar donativos. O facto de não aceitar levou-o a realizar uma campanha de angariação de fundos, que começou há dois anos e continua agora, revertendo para a “Obra do Frei Gil”, na Praia de Mira, para crianças carenciadas. “O ano passado enchemos a caixinha. No total foram arrecadados 629 euros”, diz o emigrante, que espera somar este ano, pelo menos, a mesma quantia. (Foto: Davide Silva)
Câmara Municipal de Águeda promove espectáculo
A Câmara Municipal de Águeda promove, no próximo dia 20 de Dezembro, pelas 21.30 horas, um espectáculo intitulado “Concerto Natal Solidário”, que conta com a participação dos Coros e Grupos Musicais do Conservatório de Música de Águeda. Durante o ano de 2008, a Câmara Municipal de Águeda, com o objectivo de proporcionar a todos os munícipes do concelho o acesso a um vasto programa cultural, desenvolveu diversas iniciativas. O último espectáculo do calendário cultural de 2008 é o “Concerto Natal Solidário”, que se vai realizar no Auditório do Centro Social e Paroquial de Recardães. Para este concerto, a Câmara Municipal conta com a colaboração dos Coros e Grupos Musicais do Conservatório de Música de Águeda. O concerto, mais do que um momento cultural, constitui um momento solidário, em que todos os envolvidos, desde os espectadores aos elementos dos grupos participantes, são convidados a juntar-se a esta causa, doando roupas e brinquedos, que a Câmara Municipal vai distribuir pelos mais carenciados do concelho de Águeda. Vamos fazer renascer uma habitação? Neste Natal vamos ser duplamente solidários ao ajudar a reconstruir a casa de duas crianças do concelho de Águeda, que foi destruída por um incêndio. Esta campanha pretende angariar materiais de construção e outras ajudas, para ajudar esta família, no restauro da sua habitação. Assim, imbuídos por um verdadeiro Espírito Natalício apela-se a que todos colaborem com a contribuição de diversos materiais de construção como: telhas, cimento, tijolo, azulejos, tintas, louças sanitárias, portas, janelas, entre outros materiais. A autarquia associa-se a esta iniciativa, nomeadamente ao apoiar na recolha e encaminhamento dos donativos. Para mais informações e entrega de donativos contactar a Divisão de Acção Social da Câmara Municipal, para os seguintes números: 234 180 111 ou 234 180 112. Desde já agradece-se a todos aqueles que colaboram com as suas ofertas!
Iniciativa encerra acção de sensibilização “Agir em Segurança”
Realizou-se um simulacro de emergência num cenário de incêndio no passado sábado, dia 8, pelas 10.30 horas, numa habitação sita no Bairro Social da Quinta da Bela-Vista, freguesia de Esgueira. O simulacro feito num cenário de incêndio envolveu o Serviço Municipal de Protecção Civil, a Polícia Municipal, a Polícia de Segurança Pública, Bombeiros Novos de Aveiro e “correu da melhor forma”, como destacou o vereador do pelouro da Protecção Civil, Carlos Santos. Foi também simulado o transporte para o hospital de um bombeiro “ferido”, por inalação de fumo. Este simulacro foi desenvolvido no âmbito da acção “Agir em Segurança”, que ao longo de três dias realizou três sessões informativas: “Prevenção e Segurança Doméstica (Habitat e Salubridade)”, onde se deram informações sobre a adopção de cuidados e atitudes comportamentais que contribuam para a prevenção de acidentes domésticos com crianças e idosos; “Boas Práticas Ambientais (Resíduos - destino final)”, tendo sido apontados alguns comportamentos a ter quanto à reciclagem de resíduos domésticos, numa perspectiva integrada ao nível do desenvolvimento sustentável e os formandos ficaram dotados de competência técnica quanto ao manuseamento de extintores, através de uma componente prática com o descarregamento de seis extintores. No sábado a acção terminou com o simulacro onde se “pretendeu que aos formandos fosse dada a possibilidade de verificar e comprovar a operacionalidade de todos os meios de protecção contra incêndio”, realçou Carlos Santos, sendo possível ainda “identificar anomalias na actuação humana e reflectir sobre o controlo dos tempos de evacuação e dos tempos necessários às tarefas de primeira intervenção”, reforçou o autarca. Acção “Agir em Segurança” Importa ainda referir que durante a acção “Agir em Segurança” participaram muitos moradores desta Urbanização que, na pessoa do presidente da Associação Desportiva da Bela-Vista, António Silva, revelou “estar bastante satisfeito com esta actividade municipal, dado que há uns anos houve um incêndio neste bairro e os bombeiros chegaram passados 40 minutos e desta vez apenas demoraram 11. Houve uma melhoria do tempo de espera em 29 minutos”. A acção “Agir em Segurança”, que decorreu no Bairro Social da Quinta da Bela-Vista, com os apoios da Junta de Freguesia de Esgueira e da Associação Desportiva da Bela-Vista, teve como principais objectivos dotar os moradores de competências e conhecimentos que lhes permitam prevenir situações10pt> susceptíveis de risco no interior da sua habitação e promover o debate e a participação dos moradores na área da prevenção e segurança.
Rede SAPO Local
Águeda
Junta de Freguesia de Aguada de Cima
Junta de Freguesia de Belazaima do Chão
Junta de Freguesia da Borralha
Junta de Freguesia de Espinhel
Junta de Freguesia de Macinhata do Vouga
Junta de Freguesia de Valongo do Vouga
Grupo Folclórico e Etnográfico de Recardães - GFER
Grupo Folclórico da Região do Vouga
Anadia
Biblioteca Municipal de Anadia
Junta de Freguesia de Avelãs de Caminho
Adega Cooperativa de Vilarinho do Bairro
Comissão Vitivinícola da Bairrada
Confraria Gastronómica do Leitão da Bairrada
WRC - Web para a Região Centro
Aveiro
Biblioteca Municipal de Aveiro
Junta de Freguesia de Esgueira
Centro Cultural e de Congressos de Aveiro
Mealhada
Biblioteca Municipal da Mealhada
Associação de Amigos para a Defesa de Luso e Buçaco
Associação de Carnaval da Bairrada
Oliveira do Bairro
Câmara Municipal de Oliveira do Bairro
Junta de Freguesia de Oliveira do Bairro
Escolas Concelhias do Ensino Básico - EB1
Escola Secundária de Oliveira do Bairro
Associação Comercial e Industrial da Bairrada - ACIB
Associação de Pais da Escola EB 2/3 de Oliveira do Bairro - APECEBOL
Associação dos Amigos de Perrães - AMPER
Associação de Solidariedade Social do Silveiro - SOLSIL
Cooperativa Agrícola dos Lavradores do Concelho de Oliveira do Bairro - CALCOB