Sábado, 5 de Dezembro de 2009

Noite de Jazz no Museu do Vinho Bairrada

Iniciativa realiza-se no âmbito das comemorações do 5º aniversário da elevação de Anadia a cidade

No próximo dia 10 de Dezembro, quinta-feira, pelas 21.30 horas, a Câmara Municipal de Anadia promove, no Museu do Vinho Bairrada, um concerto de Jazz protagonizado pelo Trio João Neves.

O concerto, com entrada gratuita, surge no âmbito das comemorações do 5º aniversário da elevação de Anadia a cidade. Durante o espectáculo, a Rota da Bairrada vai ofertar a todos uma degustação de espumantes de excelência.

Esta é uma das muitas iniciativas totalmente gratuitas que, de 9 a 12 de Dezembro a autarquia de Anadia irá desenvolver neste espaço museológico dedicado ao vinho. Desta diversidade de actividades salienta-se no dia 9, quarta feira, dois ateliês de artes plásticas para crianças, coordenados pelo Mestre Mário Silva e pelo prestigiado escultor Abílio Febra, bem como um ateliê de desenvolvimento sensorial dinamizado pelo engenheiro José Miguel, da Comissão Vitivinícola da Bairrada.

Durante os quatro dias destas comemorações, as visitas ao museu serão de acesso gratuito. Para sábado, dia 12 - entre as 14.30 e as 17.30 horas -, numa parceria com a Estação Vitivinícola da Bairrada, está previsto um mini curso de iniciação à prova de vinhos Bairrada também gratuito. As inscrições para este mini curso estão limitadas a 25 formandos, pelo que se sugere a todos quantos queiram inscrever-se que o façam pela linha telefónica do Museu do Vinho Bairrada (231 519 780).

 

 

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Sábado, 12 de Setembro de 2009

Parque da Cidade da Mealhada abre hoje ao público

Não está prevista inauguração mas está prometida muita animação

O Parque da Cidade da Mealhada (antigos Viveiros Florestais, situados à margem da ex-EN1/IC2) abre ao público este fim-de-semana, hoje e amanhã, não estando prevista qualquer cerimónia oficial de inauguração, mas muita animação.

Hoje, a partir das 10 horas, disputam-se um torneio de ténis e um torneio inter-freguesias de futebol de praia, que se estendem pelo dia seguinte.

Amanhã, dia 13, o programa arranca às 9 horas com uma caminhada (das 9 às 10.30 horas). Pelas 10 horas prossegue o torneio de ténis e o torneio de futebol de praia inter-freguesias. Às 10 horas haverá, também, andebol e futsal a partir das 11 horas.

Da parte da tarde, das 15 às 18 horas, estão previstas oficinas de Educação Ambiental. E, das 15.30 às 18 horas, mais animação com esculturas de balões, pinturas faciais, andas, saxofones e percussão. Música às 15.30 horas, com uma actuação do grupo Tócandar.

Pelas 16.30 horas actuará o Rancho Infantil e Juvenil de Ventosa do Bairro e, às 16.45 horas, o Rancho Folclórico de São João de Casal Comba.

Entre as 16 e as 19 horas haverá basquetebol e, pelas 17 horas, actuação de Dance Fusion.

A final do torneio inter-freguesias de futebol de praia está marcada para as 17 horas.

 

 

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Sábado, 16 de Maio de 2009

Saca-rolhas de Adolfo Roque vão para o Museu do Vinho Bairrada

Exposição inaugura dia 23, sábado, em Anadia

O Museu do Vinho Bairrada, situado na cidade de Anadia, vai apresentar a maior e mais importante colecção de saca-rolhas portuguesa, que assim vai estar pela primeira vez patente ao público. A colecção pertence a Adolfo Roque e vai ser exposta neste espaço museológico no dia 23 de Maio.

Muita gente não sabe. Mas a verdade é que uma das mais reconhecidas colecções de saca-rolhas do mundo é portuguesa e vai ser exposta no Museu do Vinho Bairrada. A abertura oficial da exposição, que vai passar a integrar o espólio permanente do museu, será pelas 15.30 horas do próximo dia 23 de Maio, sábado.

Foi o saudoso Comendador Engenheiro Adolfo Roque, natural da freguesia de Barrô, concelho de Águeda, que reuniu a colecção “e cumprindo uma vontade sua, vai estar agora exposta no Museu do Vinho Bairrada por acordo entre os herdeiros da família e a Câmara Municipal de Anadia. Neste dia será firmado o acordo oficial e será feita uma homenagem póstuma ao Homem que sempre nutriu um carinho muito especial por esta instituição museológica. Trata-se, sem dúvida, de um património que nos deve orgulhar como museu, como comunidade e como país”, disse Pedro Dias, director do espaço.

 

Homenagem a Adolfo Roque

A cerimónia de inauguração será feita no dia 23 e vai ter a participação pessoal da família Roque. Será um evento aberto a todos quantos queiram associar-se a esta homenagem a título póstumo e que queiram presenciar a abertura das novas exposições de Arte Contemporânea do Museu do Vinho Bairrada.

Neste mesmo dia serão também inauguradas duas importantes exposições temporárias, onde pela primeira vez será feita uma exposição individual de um artista internacional - Paco Pestana - que vai trazer a Anadia a exposição “Iva Incluido: Amén”. A outra mostra intitula-se “Iluminações e Sombras em Honra do Vinho” e é da autoria do pintor Rico Sequeira.

 

Duas exposições temporárias

O prestigiado escultor espanhol Paco Pestana é actualmente uma das maiores referências da escultura galega, devendo-se a ele inúmeras participações em simpósios internacionais de escultura, em exposições por todo o mundo e em programas televisivos de cultura no país vizinho.

Já a exposição de Rico Sequeira representa um marco importante “para a história do Museu do Vinho Bairrada, de Anadia e da Bairrada, na medida em que este consagrado artística propôs-se conceber uma grandiosa exposição totalmente pensada de raiz, alusiva ao vinho da Bairrada”, disse Pedro Dias.

As duas mostras estão patentes até fim do mês de Outubro. Os dois artistas estarão presentes no dia 23.

 

 

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Sexta-feira, 20 de Março de 2009

“Casulos Embrionários” e “O Padre António Vieira nos Açores”

Universidade de Aveiro acolhe exposições de Arte Contemporânea

O Campus Universitário de Santiago, em Aveiro, conhecida montra de arquitectura portuguesa contemporânea, tem patente uma dezena de esculturas graníticas de grande porte. Da autoria de Xico Lucena, os “Casulos Embrionários” podem ser apreciados ao longo da Alameda, entre os edifícios da Reitoria e do Complexo Pedagógico, Científico e Tecnológico, até finais de Abril.

A colecção itinerante “Casulos Embrionários”, composta por dez esculturas graníticas, de 4,5 metros de altura, insere-se numa política de iniciativas culturais, abertas à comunidade, e uma oportunidade única para apreciar a sensibilidade criativa e técnica do escultor de Sernancelhe.

No catálogo da exposição, a editar pela Universidade de Aveiro (UA) e prefaciado pelo vice-reitor da UA, Manuel Assunção, pode ler-se: “A monumentalidade das obras instaladas, com uma tipologia que pressupõe uma escala expositiva alargada, joga bem com o carácter de espaço semi-público e aberto que o campus oferece. As esculturas constituem-se propositadamente, por essa sua grande dimensão, em elementos de arte pública, com um carácter urbano intrínseco, estabelecendo assim um diálogo com a arquitectura do edificado universitário que favorece ambos”.

Xico Lucena já realizou várias exposições individuais e colectivas e as suas obras integram vastas colecções particulares e de organismos oficiais, em Portugal e no estrangeiro.

Em 1983 começou a esculpir em granito, que combina frequentemente com ferro, madeira e outros materiais. O escultor realizou já exposições individuais e colectivas em Aveiro, Estoril, Braga, Vila Franca de Xira, Sintra, São João da Madeira, Anadia, Loures, Ílhavo, Lisboa, Luxemburgo, Cangas e Galiza – Espanha, Morge – Suíça. Algumas das suas obras estão expostas no Museu do Vaticano, Câmara Municipal de Paul (Cabo Verde), Câmara de Jacou, Montpellier (França), Radiotelevisão Portuguesa (RTP) – Porto e Casa da Beira Alta do Rio de Janeiro (Brasil).

Xico Lucena nasceu a 14 de Outubro de 1966, em Olsberg (Alemanha) e reside, actualmente, na aldeia de Penso, em Sernancelhe.

 

“O Padre António Vieira nos Açores”

Ontem, quarta-feira, a UA inaugurou uma exposição de pintura inspirada na obra do padre jesuíta do século XVII, “O Padre António Vieira nos Açores”. Patente na sala de exposições Hélène de Beauvoir, na Biblioteca da UA, a mostra reúne mais de uma dezena de obras dos mais importantes artistas plásticos açorianos da actualidade e pode ser visitada de segunda a sexta-feira, entre as 9 e as 18 horas e, ao sábado, das 10 às 13 horas, até 28 de Março.

A mostra resulta de uma organização conjunta entre a UA e as autarquias de Aveiro e Ponta Delgada.

As duas exposições integram o cartaz das “Comemorações Aveiro 2009”, que pretendem assinalar os 1050 anos da primeira referência documentada a Aveiro e os 250 anos de elevação à categoria de cidade.

 

 

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Quinta-feira, 12 de Março de 2009

Dia da Floresta e Dia da Água

Árvores e peixes “amigos do ambiente” em exposição no concelho da Mealhada

A Câmara Municipal da Mealhada organizou mais uma das habituais Actividades de Educação Ambiental, desta vez para assinalar o Dia da Floresta, a 21 de Março, e o Dia da Água, a 22 de Março. A actividade, direccionada às crianças dos jardins-de-infância e escolas do 1º ciclo do Ensino Básico do concelho, consistiu na elaboração de esculturas de árvores com materiais orgânicos para celebrar o Dia da Floresta e na elaboração de peixes flutuantes com materiais recicláveis para celebrar o Dia da Água.

Os jardins-de-infância da Lameira de São Pedro, do Carqueijo e da Pampilhosa, bem como as escolas do 1º ciclo do Ensino Básico da Lameira de São Pedro e da Mealhada decidiram participar no desafio do Dia da Florestas e realizaram já várias esculturas de árvores que vão ficar expostas, no Jardim Municipal da Mealhada, de 16 a 25 de Março, enquanto o Jardim-de-Infância de Valongo foi o único a aceitar a proposta para o Dia da Água e a criar “peixes flutuantes” que vão ficar expostos num lago do jardim-de-infância, próximo do Cine-Teatro Municipal Messias, nas mesmas datas, isto é, de 16 a 25 de Março.

 

 

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Sábado, 28 de Fevereiro de 2009

Obras de reparação/conservação

Monumento ao Emigrante na Pateira de Fermentelos (Águeda) com “cara lavada”

A Câmara Municipal de Águeda procedeu à reparação e conservação do Monumento ao Emigrante, situado na margem poente da Pateira de Fermentelos.

De acordo com o vice-presidente da Câmara, Jorge Almeida, “este monumento já há muitos anos que se encontra em estado de degradação, dando quase um ar de abandono ao local”. Com esta intervenção a autarquia pretendeu melhorar o monumento, uma vez que este se encontra numa zona de grande afluência turística por amantes da natureza e não só. Assim, com esta reparação pretendeu-se “garantir a boa imagem da Pateira de Fermentelos e da área que a circunda”, concluiu Jorge Almeida.

O estado de degradação tornava urgente uma intervenção de conservação geral, pelo que a autarquia aguedense se prontificou a levá-la a cabo. Para a reabilitação exterior do Monumento ao Emigrante, orçada em 35 mil euros, foi necessário levar a cabo diferentes operações, tais como a limpeza de zonas de betão com jactos de água; a remoção de betão solto; a limpeza das armaduras expostas com corrosão através de escovagem e posterior aplicação de argamassa anti-corrosão; a pintura da zona do muro; limpeza de pedras existentes na base de estátua e limpeza dos muros com jactos de água. Procedeu-se também à substituição de lajetas do chão que estavam degradadas por lajetas de betão.

Recorde-se que o monumento agora restaurado pretende homenagear a comunidade portuguesa dispersa pelos cinco continentes.

 

 

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Quinta-feira, 19 de Fevereiro de 2009

Colecção particular de António Simões Estima

Inaugurada exposição de caricaturas da autoria de Rafael Bordalo Pinheiro

Foi inaugurada no dia 7 de Fevereiro a exposição de uma colecção particular de caricaturas da autoria de Rafael Bordalo Pinheiro, na Galeria Municipal.

A mostra, composta por 66 caricaturas, vai estar patente até ao dia 27 de Fevereiro. A exposição aborda a faceta satírica deste artista do século XIX, e inclui desenhos jocosos de personagens da monarquia, políticos, escritores, poetas, actores, e outras figuras célebres que marcaram a época da vida de Rafael Bordalo Pinheiro, que viveu entre 1846 e 1905.

A colecção agora patente na Galeria Municipal é propriedade do coleccionador de caricaturas António Simões Estima, natural de Valongo do Vouga, tendo o seu interesse pela caricatura saída da mão de Bordalo Pinheiro surgido enquanto residiu em Lisboa.

 

Sobre Rafael Bordalo Pinheiro

Este mestre do século XIX nasceu a 21 de Março de 1846, em Lisboa, vindo a ser pintor, escultor, ceramista, jornalista e criador do genial “Zé Povinho”.

Apaixonado pela vida boémia de Lisboa, Rafael Bordalo Pinheiro matriculou-se, por várias vezes, na Academia Superior de Belas Artes, no Curso Superior de Letras e na Escola de Arte Dramática, para logo de seguida desistir. No entanto, estreou-se como actor no Teatro Garrett e no Teatro Thalia, no Costa do Castelo.

Bordalo Pinheiro começou a fazer caricatura por brincadeira e foi a partir do êxito alcançado pel’”O Dente da Baronesa” (1870), tratando-se de uma folha de propaganda a uma comédia em três actos de Teixeira de Vasconcelos, que se estreou para o humorismo gráfico. Aí “comecei a sentir um formigueiro nas mãos e vai pus-me a fazer caricaturas”, pois o propósito das “caricaturas é estragar o estuque de cada um com protesto do senhorio”.

O “Zé Povinho” conseguiu projectar a imagem do povo português de uma forma singela, mas, ao mesmo tempo, genial, atribuindo um rosto ao país, uma vez que o mesmo “Zé Povinho” é ainda hoje utilizado por diversos caricaturistas para revelar de uma forma humorística os podres da sociedade.

Como ceramista, chefiando o sector artístico da Fábrica da Faiança das Caldas da Rainha, em 1884, dedicou-se à produção de peças de estilo barroco e decorativas. Deste modo, a par das esculturas que modelou para as capelas do Buçaco, representando 52 figuras da Via Sacra, Bordalo apostou novamente na figura em cerâmica do “Zé Povinho” (em inúmeras atitudes), na “Maria Paciência”, na ama das Caldas, no Polícia, no Padre tomando rapé e no sacristão de incensório nas mãos, entre muitas.

Como guardiães da sua memória existem actualmente o Museu Bordalo Pinheiro, em Lisboa e a Casa Museu do Mestre, nas Caldas da Rainha.

 

Horário de visitas à exposição

Dias úteis, das 9.30 às 18 horas, na Galeria Municipal de Águeda.

 

 

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Sábado, 31 de Janeiro de 2009

Museu de Arte Nova, em Aveiro

Lançamento de livro e inauguração de exposição sobre Francisco da Silva Rocha

Encontra-se patente no Museu de Arte Nova (antiga Casa Major Pessoa), em Aveiro, até ao dia 15 de Março, a exposição documental “Francisco da Silva Rocha: arquitecto e artista 1864-1957”.

Inaugurada no dia 24 de Janeiro, a exposição visa analisar a vida e obra de Francisco da Silva Rocha, desde a sua componente como arquitecto ligado ao movimento Arte Nova, à sua obra como pintor e relações familiares e amigos, muitos dos quais artistas e individualidades da altura, ou seja, os aspectos biográficos mais relevantes.

A abertura oficial e apresentação da monografia contaram com as presenças do presidente da Câmara Municipal de Aveiro, Élio Maia, do vereador do pelouro dos Assuntos Culturais, Miguel Capão Filipe e da comissária da exposição, Maria João Fernandes.

Na mostra estão expostos objectos como sejam desenhos, plantas, pintura feita por Francisco Silva Rocha e documentação original da época – fotos e correspondência. Quase todos os objectos são propriedade dos descendentes e algumas pinturas são de coleccionadores particulares.

Também no dia 24 procedeu-se ao lançamento e apresentação do livro “Francisco da Silva Rocha - 1864-1957 Arquitectura Arte Nova - Uma Primavera Eterna”, da autoria de Maria João Fernandes, bisneta do arquitecto.

 

O livro de Maria Fernandes: Francisco da Silva Rocha (1864-1957) “Arquitectura Arte Nova - Uma Primavera Eterna” é simultaneamente a merecida homenagem a um dos expoentes da cultura do início do século XX e ao modelo de beleza e equilíbrio a que deu forma na sua arquitectura, sob o signo da Arte Nova, mas também o hino a um tempo esquecido e à sua esplêndida e luminosa herança, dádiva a uma cidade onde natureza e cultura se conjugam, da casa que foi de Mário Pessoa, obra-mestra de Silva Rocha, Museu de Arte Nova (antiga Casa Major Pessoa), onde está patente a exposição que lhe é dedicada.

 

Informações complementares:

- “Francisco da Silva Rocha - 1864-1957 Arquitectura Arte Nova – Uma Primavera Eterna” por Maria João Fernandes.

- “Silva Rocha é o protagonista maior da construção e do carácter da cidade de Aveiro da sua época” - Álvaro Siza.

- “Uma personalidade estética tão singular como a do arquitecto Silva Rocha, não apenas profeta mas autor das belas expressões da Arte Nova de que se honra Aveiro” - Eduardo Lourenço.

O livro de Maria João Fernandes é promovido e editado pelo pelouro da Cultura da Câmara Municipal de Aveiro e coordenado pela equipa da Biblioteca Municipal. É a primeira monografia de um arquitecto à luz da Arte Nova, apresentada por Álvaro Siza Vieira. Tal como este acentua no seu prefácio: “Maria João Fernandes, com um percurso de crítica de arte, afirmado ao longo destes últimos 30 anos, produziu a primeira definição da Arte Nova em Portugal, que a coloca e depois da sua apresentação pública no primeiro encontro internacional sobre Arte Nova em Portugal, como a verdadeira responsável pela sua defesa e divulgação. Juntando pontos de vista já anteriormente defendidos por grandes especialistas como Manuel Rio-Carvalho, José-Augusto França e José Manuel Fernandes, contrariando a lógica que pretende negar a autonomia e o valor da nossa cultura, pautando-a por modelos próprios e não segundo a adequação e a subserviência a modelos estrangeiros, a autora partiu para a caracterização dos vectores fundamentais deste estilo no nosso país: o eclectismo crítico, um conceito definido pelo arquitecto do modernismo catalão, Domènech i Montaner e desenvolvido pelo crítico Ignasi Solà-Morales, um conceito com o qual a nossa arquitectura Arte Nova e uma parte da Arte Nova internacional tem grandes afinidades, a valorização do arquétipo do Barroco - que segundo Eugénio D’Ors nasceu em Portugal - tal como o caracteriza José Fernandes Pereira, mais decorativo, do que estrutural, as variantes de interpretação segundo os materiais regionais, como Reynaldo dos Santos observou em relação ao Românico e finalmente aquilo que constitui uma das suas maiores e mais belas especificidades, a exuberância da decoração artística do azulejo e da serralharia, contribuindo para a imagem que nos oferece de ‘uma Primavera eterna’, título do presente livro que é simultaneamente uma síntese do seu conteúdo poético”.

 

Notas biográficas. O círculo de amigos

Francisco Augusto da Silva Rocha é o autor do mais coerente e original conjunto de arquitectura Arte Nova em Portugal que levou um especialista como José-Augusto França a considerar Aveiro capital deste estilo no nosso país, um estilo de cuja defesa, a partir de 1996, se tornou o baluarte.

Numa primeira parte, os capítulos iniciais, a autora através de um minucioso conjunto de notas biográficas dá vida ao percurso público de Silva Rocha, criador do ensino industrial de Aveiro, professor e director durante várias décadas da Escola Industrial e Comercial Fernando Caldeira, que inaugurou em 1903 num edifício do seu risco, sobre os arcos de antigos moinhos de maré, num terreno pertença do seu sogro João Pedro Soares, pai de Olinda Augusta Soares que em 1896 se tornou sua esposa. A 21 de Setembro de 1897 nascia a sua única filha, Maria Luísa, que preservaria a sua memória e muitos dos essenciais documentos que hoje devolvem à cidade de Aveiro uma obra intemporal.

Ao mesmo tempo, noutro capítulo, o círculo de amigos ilustres ajuda, através da sua correspondência com o arquitecto aveirense, a dar vida a uma figura cuja competência profissional, talento artístico e excepcionais qualidades humanas ressaltam dessa forma pela pena do químico Charles LePierre, do grande escritor Jayme de Magalhães Lima ou do insigne escultor Teixeira Lopes.

A admiração dos seus contemporâneos, como o grande crítico António Arroyo, o músico Viana da Mota, ou Alberto Souto, é ainda bem visível no conjunto de soberbos retratos (reproduzidos no livro) entre escultura, pintura, desenho e caricatura que lhe dedicaram artistas como Sousa Caldas, Cândido da Cunha, Lauro Corado ou Armando Boaventura.

 

Silva Rocha ilustrador e pintor

A polifacetada personalidade artística de Silva Rocha está ainda documentada pelos seus trabalhos como ilustrador, onde ressaltam os desenhos e aguarelas para o artigo de Luís de Magalhães: “os Barcos da Ria de Aveiro”, a convite de Rocha Peixoto, publicados em 1889 na Revista Portugália e os desenhos que realizou para a ementa do jantar de homenagem ao rei D. Manuel II em Aveiro (27/11/1908).

Relativamente à pintura de Silva Rocha, Maria João Fernandes situa-a entre a continuidade de uma tradição naturalista e uma modernidade emergente que luta por se afirmar, ainda muito próxima do modelo naturalista, mas ensaiando nos seus exercícios sobre a luz e a cor, os primeiros passos de uma poética impressionista que incidiu sobre o retrato e a pintura de paisagem e dos tipos populares da região.

À primeira categoria pertencem os retratos do sogro João Pedro Soares, da filha Maria Luísa e do pai do seu genro Justino, Francisco Maria Simões, de todos o mais trabalhado e conseguido, nas belíssimas variações tonais de luz e sombras. Os retratos de tipos populares mostram uma grande sensibilidade para a expressão da paisagem que se revela plenamente nos grandes espaços despojados da terra ou do mar. É no profundo sentimento de comunhão com a natureza, verdadeira essência da poesia, que a autora encontra, aliás, o elo entre a pintura e a arquitectura de Silva Rocha.

Céus ardentes sobre a terra acesa de um íntimo fulgor, o mar cintilante de todas as jóias da luz realizam a íntima alquimia do espaço que no conjunto da obra do pintor e do arquitecto é sugerida.

 

Silva Rocha arquitecto

Tal como nesta obra se demonstra, Francisco Augusto da Silva Rocha, como arquitecto, é o criador de um padrão de beleza e totalidade que reflecte simultaneamente a harmonia e a ordem da natureza, próprias de um modelo clássico (evocando o ideal da divina proporção, a regra de ouro praticada no Renascimento) e a fugacidade e o esplendor das suas formas, características de um modelo barroco.

Estes modelos revelam-se em períodos distintos da sua obra, autonomizando-se e dialogando. A gramática dos símbolos está presente quer no agenciamento das formas e dos volumes dos seus edifícios, quer nos detalhes da sua linguagem ornamental. Manifestam a ligação a um modelo clássico, a Escola Industrial Fernando Caldeira (1903) e o Hospital da Misericórdia de Aveiro (1900). Em 1908, com o edifício desenhado para Mário Belmonte Pessoa, actual Museu de Arte Nova, afirma-se a vertente barroca e ornamental da obra de Silva Rocha, não abandonando, no entanto, princípios classicizantes, a valorização de uma ordem estrutural e da harmonia das proporções.

Uma e outra destas vertentes, em dinâmico diálogo contribuirão, numa fusão progressiva, para a criação do muito particular e original estilo de uma gramática Arte Nova a que Silva Rocha deu forma, entre nós, no período exacto em que esta floresceu no resto da Europa. A autora analisa de um ponto de vista formal e poético outros edifícios, tão emblemáticos, como a casa do autor, na Rua do Carmo nº 12, a do nº 146 na Rua Cândido dos Reis, a casa dos nºs 5, 6 e 7 da Rua de João Mendonça, o palacete que pertenceu a Francisco Maria Simões, no Largo de Salreu, o antigo Balneário de Espinho, o edifício que actualmente abriga a Fundação Jacinto de Magalhães da Universidade de Aveiro ou aquele onde passou a funcionar o Museu da Cidade.

A alquimia interior que preside à criação de Silva Rocha, de expressão simbólica, materializa-se, adquirindo uma expressão plástica na sua arquitectura que apresenta no motivo das rosas em cruz, em dois dos seus edifícios, um dos mais belos símbolos da Arte Nova, encarada esta num plano internacional.

 

 

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Sábado, 24 de Janeiro de 2009

Obra da Câmara Municipal da Mealhada e da Junta de Freguesia da Pampilhosa

Escultura de Laureano Ribatua homenageia trabalhadores do barro da Pampilhosa

A Câmara Municipal da Mealhada procedeu no sábado, 17 de Janeiro, na rotunda do Alto de Santo António, na Pampilhosa, à cerimónia de descerramento do monumento escultórico de homenagem aos antigos trabalhadores do barro da Pampilhosa. A obra, assinada pelo escultor Laureano Ribatua, de Alijó, pretende ser, nas palavras do presidente da Câmara, Carlos Cabral, “uma homenagem a todos os que trabalharam no barro e impulsionaram o desenvolvimento industrial da Pampilhosa”.

“Foram muitos os que, no final do século passado, com seis e sete anos trabalharam no barro, aqui na Pampilhosa. Eu pessoalmente devo dizer-lhes que uma das minhas avós, ainda tinha sete anos, e já trabalhava aqui no barro. Trabalharam muitas pessoas daqui e das redondezas, foram eles que contribuíram para o desenvolvimento industrial da Pampilhosa”, contou Carlos Cabral, justificando, assim, o porquê do recém-inaugurado monumento: “Por isto tudo, a Câmara, em conjunto com a Junta da Freguesia, fez questão de deixar aqui esta homenagem”.

Trata-se de um monumento em bronze, de tamanho real, que se encontra a embelezar a rotunda do Alto de Santo António, na Pampilhosa, desde sábado passado. Uma obra assinada pelo escultor Ribatua (que também foi o autor do monumento que se encontra na rotunda da Mealhada de acesso à A1), que pretende perpetuar a memória dos trabalhadores do barro da Pampilhosa, que transportavam essa matéria-prima dos barreiros para as cerâmicas ou que trabalhavam esse barro nas cerâmicas, contribuindo, assim, para o desenvolvimento industrial da Pampilhosa.

“Quero congratular-me com esta homenagem aos trabalhadores do barro. Quero agradecer à Câmara Municipal da Mealhada e em especial àquela equipa que andou aqui nos trabalhos”, sublinhou o presidente da Junta de Freguesia da Pampilhosa, Vítor Matos, acrescentando: “Julgo que temos de continuar nesta senda de homenagens e para a próxima poderá ser para os ferroviários”.

Uma ideia que foi também focada por Carlos Cabral: “Os que trabalharam o barro levaram ao apogeu a indústria da cerâmica na Pampilhosa. É certo que também temos os ferroviários, que também terão a sua homenagem. Mas é preciso lembrar que os ferroviários eram sobretudo oriundos de fora do concelho e as pessoas que trabalharam o barro eram naturais de cá”, salientou, concluindo que “o que está aqui é uma homenagem de todo o nosso concelho aos nossos antepassados, aos trabalhadores do barro”.

 

 

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Quinta-feira, 15 de Janeiro de 2009

“A maior cavaca de São Gonçalinho” em Aveiro

Cavaca doce gigante pesa mais de 10 kg

“A maior cavaca de São Gonçalinho” foi apresentada no dia 12, na Capela de São Gonçalinho, em Aveiro. Em romagem, mordomos de São Gonçalinho e crianças do Centro Social Paroquial da Vera Cruz (CSPVC), acompanhados pela Fanfarra da CERCIAG, trouxeram da confeitaria Silvina da Silva Raimundo, Lda (local onde foi confeccionada), até à Capela de São Gonçalinho, uma cavaca doce gigante, com 10,140 kg.

Medida por laser no local - com a colaboração do Departamento de Física da Universidade de Aveiro -, a cavaca tem como medidas oficiais 1,904 metros de comprimento e 0,45 metros de largura.

Benzida e entregue simbolicamente pelas crianças do CSPVC à Mordomia de São Gonçalinho 2009, foi apresentada à comunidade e depois “lançada”, em oferta, a todos os presentes (depois de atestadas, em colaboração com o Centro de Saúde de Aveiro, Autoridade para a Saúde Pública, as condições necessárias ao seu consumo).

Este evento contou com a presença do Governador Civil de Aveiro, Filipe Neto Brandão, do presidente da Câmara Municipal de Aveiro, Élio Maia e do presidente da Associação Comercial de Aveiro, Jorge Silva, enquanto testemunhas para o “Guinness World of Records”.

Esta actividade marca o arranque do projecto ajud’ARTE, um projecto de angariação de fundos do CSPVC e que conta com Zé Pedro, dos Xutos e Pontapés, como padrinho oficial.

Este projecto tem como objectivo central a angariação de cerca de 300 mil euros, verba necessária à comparticipação da construção da creche da Vera e do Cruz, co-financiada pelo Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais (PARES).

Desde a primeira hora com o apoio da Quinta Pedagógica de Aveiro, o ajud’ARTE espera poder contar com a participação do tecido empresarial e de toda a comunidade.

Além de Zé Pedro, o ajud’ARTE conta ainda com o apoio de nomes como Manuel Alegre, Hélio Loureiro, Miguel Chen, José Agualusa, Claudia Stattmiller, Rui Bela, Ana Lia, Fernando Silveira e Joel Reigota, bem como de artistas do Aveiroarte. A estes nomes, cabeças de cartaz, juntam-se muitos outros que aceitaram contribuir para a construção deste equipamento social para Aveiro.

A decorrer durante o ano de 2009, as actividades a desenvolver são muitas e centram-se em eixos tão variados como a pintura, a escultura, a leitura e a escrita, a arte circense e arte de rua, o estilismo, a azulejaria e a cerâmica, a música, a dança, o teatro, a arte zen, a magia, a culinária, a arte da noite, a fotografia…

Assim, este projecto assume a dupla função de angariar fundos, numa lógica de oferta à comunidade, e de promover as artes e a cultura.

 

 

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