Cerca de uma tonelada desapareceu nas duas últimas semanas
A Câmara Municipal da Mealhada foi confrontada, nas últimas semanas, com um surto inusitado de vandalismo em espaços públicos, que tem afectado, sobretudo, as rotundas, onde a autarquia tem vindo a investir, no sentido de as embelezar. Ao furto de plantas, mais ou menos recorrente, juntou-se, recentemente, o furto de pedras ornamentais. Segundo cálculos dos serviços municipais, nas últimas duas semanas foram furtados mais de mil quilos (uma tonelada) de pedra ornamental, recentemente colocada em várias rotundas. A Câmara Municipal da Mealhada apela ao civismo dos cidadãos, em geral, exortando-os a contribuir, activamente, para a preservação do espaço público, e à vigilância daqueles que não se revêem nestas práticas de alguns, fortemente lesivas do património colectivo, que custa muito dinheiro à Câmara, dinheiro proveniente dos impostos, que é público, portanto, dinheiro de todos. Por isso, a autarquia reitera que não pactuará com tais desmandos, comunicando-os, como tem feito até aqui, às autoridades policiais, cuja actuação já permitiu a identificação do autor de pelo menos um furto.
IGAOT suspeita da legalidade da expansão de cinco Zonas Industriais em Anadia
Segundo informação da Inspecção-Geral do Ambiente e Ordenamento do Território (IGAOT), emitida na sequência de diversas denúncias sobre a gestão do território no concelho da Anadia, com desflorestação e obras de escavação e aterros em áreas da Reserva Ecológica Nacional (REN), veio a mesma confirmar violações ao Plano Director Municipal (PDM) de Anadia e infracções verificadas em diversas Zonas Industriais do município, situação que levou a determinar uma inspecção, com carácter de urgência, à avaliação do cumprimento do regime jurídico da REN naquele município. A IGAOT avaliou cinco processos administrativos relativos à expansão não programada de cinco Zonas Industriais no concelho de Anadia - Amoreira da Gândara, Paraimo, Vilarinho do Bairro, Vale Cid e Vale de Salgueiro -, sobre área condicionada pelo regime da REN. “O primeiro processo refere-se à desflorestação e escavação em REN, até ao aquífero em Vale de Salgueiro, freguesia de Arcos, com deposição de resíduos de construção e demolição e outros mais perigosos, onde se tinha alertado para o risco de contaminação das águas de nascentes e captações de uso público”, como pode ler-se no comunicado emitido pela Quercus - Associação Nacional de Conservação da Natureza. Outro dos casos refere-se à execução de obras numa Zona Industrial “que não está aprovada, em Vilarinho do Bairro, sem que tenha sido realizada Avaliação de Impacte Ambiental (AIA) e onde ocorreu o abate ilegal de um povoamento de sobreiros”. A Quercus e a Aquaecuriva - Associação para a Defesa do Património Ambiental e Cultural da Bairrada, através da sociedade de advogados “Almeida Ribeiro e Associados”, interpuseram uma providência cautelar, contra o município de Anadia, por violar de forma grave e continuada o PDM respectivo, para expansão da Zona Industrial de Amoreira da Gândara em área condicionada da REN.
Providência cautelar confirmada leva à suspensão dos trabalhos
Já no dia 20 de Outubro o Tribunal Administrativo e Fiscal de Aveiro tinha decretado provisoriamente a providência cautelar. Todavia, no passado dia 12 de Dezembro, o mesmo Tribunal confirmou o decretamento provisório da providência cautelar, determinando a suspensão imediata de todos e quaisquer trabalhos, seja de arranque de sobreiros ou outras árvores, desmatação, movimentação de terras, escavação, depósito de entulhos e arruamentos na zona da REN, não tendo o município de Anadia deduzido qualquer oposição judicial.
“Nos termos da decisão judicial, o município de Anadia viola de forma grave, sistemática e continuada o PDM aprovado e em vigor para o concelho, na freguesia de Amoreira da Gândara, mais precisamente na Zona Industrial e na área limítrofe e de expansão à referida zona, passando de 8,4 hectares (ha) para 42,7 ha, sem ter promovido a obrigatória AIA, efectuando uma intervenção ilegal sobre uma área florestal com povoamento de pinheiro-bravo, eucalipto e onde existem cerca de 600 sobreiros, em REN, quando existem alternativas para a instalação de novas indústrias”, refere o comunicado da Quercus.
A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), no dia 27 de Agosto, intimou o presidente da Câmara Municipal de Anadia, Litério Marques, a apresentar, no prazo de 90 dias, um plano de recuperação ambiental e paisagística de toda a área intervencionada em solo afecto à REN, “plano esse que desconhecemos tenha sido apresentado por esta autarquia. A CCDRC considera também que as intervenções efectuadas em áreas vinculadas pelo regime jurídico da REN constituem uma contra-ordenação ambiental muito grave”, termina a Quercus.
O Quiosque das Letras tentou ouvir Litério Marques, mas sem sucesso.
Aldeia da Madureira, em Amoreira da Gândara, Anadia, chocada com homicídio de Maria Alice Jesus
Maria Alice Jesus, com 63 anos e viúva há dois, foi brutalmente assassinada na madrugada do passado sábado (de 20 para 21 de Novembro), com várias facadas na cara e no pescoço e uma pancada na cabeça, no interior do seu mini-mercado, situado no lugar de Madureira, freguesia de Amoreira da Gândara, concelho de Anadia. O clima que se vive na aldeia, desde sábado de manhã, é de medo e consternação. Foram os próprios vizinhos que descobriram o cadáver, cerca das 7 horas da manhã. “Estranhámos a Maria Alice não ter aberto as portas da mercearia e os sacos do pão ainda estarem pendurados cá fora. Foi quando três vizinhos se juntaram para entrar dentro de casa, com a a juda de um escadote, pela varanda que dava para o quarto dela”, conta Lucília Ferreira Moreira, vizinha, que veio à porta da Tasquinha do Gala à procura da data e hora do funeral, ontem, dia 24. Contudo, nas portas e vidros daquela que era a única mercearia e café da Madureira, e dos quais Maria Alice era proprietária, ainda não estava nenhuma informação relativa ao funeral. Lucília Moreira continuava incrédula. Diz que ninguém se apercebeu de nada na noite do crime. “Nem os vizinho da frente”. Só quando entraram na casa da vítima e depois de a percorrer, foram encontrar a sexagenária numa arrecadação junto à mercearia, tombada e de bruços, já sem vida, conforme explicou a vizinha. “Uma boa mulher” Lucília Moreira contou ao Quiosque das Letras que na noite do crime, cerca das 20.30 horas, esteve com a proprietária da Tasquinha do Gala na mercearia, “porque recebi uma carta em casa para uma pessoa que eu desconhecia e fui ter com ela para ver se sabia de quem se tratava. Disse-me que tinha muito que fazer e que ali ficaria pelo serão, porque estava com a máquina de etiquetar a colocar preços nos produtos”. A vizinhança admite que os autores do homicídio devem ter surpreendido Maria Alice na merceria, tendo trancado a porta quando saíram e lamenta a perda de “uma boa mulher”, admitindo que “vai fazer falta na aldeia a Ti Maria Alice”. Dez facadas As perícias realizadas ao cadáver revelam ter sido esfaqueada por dez vezes, sendo que a mulher foi ainda agredida na cabeça, ao que parece com uma pedra. O cenário onde foi encontrada, com as paredes ensanguentadas, deu a entender às autoridades que a idosa ofereceu resistência e lutou, com todas as forças, contra quem a matou. O cadáver foi transportado para o Instituto de Medicina Legal de Aveiro, onde a causa da morte terá sido apurada na autópsia. Os assaltantes roubaram dinheiro e tabaco. Suspeita-se que os mesmos indivíduos sejam os responsáveis pelo assalto à Igreja Matriz de Amoreira da Gândara - de onde foram furtadas três cruzes em prata, avaliadas em cerca de 40 mil euros, usadas nas procissões da aldeia - e um talho, de onde levaram dinheiro e chouriças, na mesma madrugada. Assaltantes a monte A Polícia Judiciária (PJ) de Aveiro, a quem está entregue o caso, continua a investigar vestígios dos autores do crime, que continuam a monte. De acordo com fonte policial, esta investigação “é prioritária”. A presença de elementos da PJ na aldeia da Madureira tem mantido a população mais tranquila. Mas o ambiente não deixa de ser de tensão e medo. Lucília Moreira revelou que as filhas e genros “têm ficado a dormir cá em casa. Nós não queremos deixar a nossa casa, para ir viver com eles. Mas temos algum receio”. O funeral de Maria Alice Jesus Gala deve acontecer hoje, dia 25.
Origem do problema pode estar na água da rede pública
Mais de uma centena de crianças de vários estabelecimentos de ensino do concelho de Anadia, assim como adultos, foram atingidos, entre quinta e sexta-feira, por um surto de gastroenterite, que levou a uma afluência fora do normal da Consulta Aberta (CA) do Centro de Saúde de Anadia. Os sintomas de vómitos e diarreias foram comuns, chegando a desconfiar-se que a água da rede pública poderia estar na origem deste problema. E a dúvida ainda não está dissipada, pelo menos até chegarem os resultados conclusivos das análises à água que foram pedidos ao Instituto Ricardo Jorge (IRJ), pela Câmara Municipal, devendo chegar entre hoje, quarta-feira ou amanhã. Para já, a CA retomou a normalidade. Colégio de Mogofores dá alarme O alarme foi dado pelo Colégio Salesiano de São João Bosco, em Mogofores, na manhã de quinta-feira, dia 19, quando os docentes chegaram e se aperceberam da ausência de um número significativo de alunos. Dário Tavares, director do Colégio de Mogofores, diz ter ficado a saber, por via da delegada de saúde, que o problema podia estar relacionado com a água da rede pública. “Também constatámos que não era um problema exclusivo da nossa escola, mas sim de muitas outras”, adiantou o responsável. O sucedido motivou a Câmara Municipal de Anadia, em parceria com a Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC), através do Centro de Saúde de Anadia, a emitir um comunicado ainda na quinta-feira, dia considerado mais crítico em termos de ocorrências registadas na CA. Litério Marques, presidente da Câmara Municipal de Anadia, lembrou que ambas as entidades estariam a “envidar todos os esforços no sentido de controlar o surto e identificar a sua causa”. No comunicado podia ler-se que o surto, pelas características, era “típico de uma gastroenterite aguda de origem viral característica deste período do ano”. Litério Marques recusou desde o início qualquer ligação entre a água da rede pública e o surto, alegando que as últimas análises, que tinham sido realizadas no dia 17, atestavam a “boa qualidade da água”. No entanto, a autarquia decidiu reforçar as medidas de desinfecção da água e solicitou ao IRJ a realização de novas análises para avaliar a qualidade da água para consumo público. Retomada a normalidade Dário Tavares, contactado ontem, dia 23, pelo Quiosque das Letras, diz que no Colégio de Mogofores “continuamos sem dar água às crianças”, apesar de agora ter “tudo voltado à normalidade. Mas continuamos com dúvidas sobre a água e se podemos bebê-la ou não”. Litério Marques também fala em “normalização da situação”, dizendo estar convencido de que está tudo bem com a água e aguardando os resultados do IRJ. Também a ARSC afirmou que a CA retomou a sua normalidade nos últimos dias.
Litério Marques considera “escandalosa” forma de contratação dos docentes destas actividades
A continuidade das Actividades de Enriquecimento Curricular (AEC), com a Câmara de Anadia como entidade promotora, pode estar em causa no próximo ano lectivo. Litério Marques, presidente da Câmara Municipal de Anadia, considera “escandalosa” e “vergonhosa” a forma, legalmente possível às autarquias, de contratação dos docentes das AEC, obrigando as autarquias locais a recorrerem a empresas de outsourcing. “A contratação destes professores tornou-se um caos, porque as Câmaras Municipais não podem contratar pessoas de forma individual”, afirmou o autarca. Litério Marques disse aos jornalistas que no passado dia 2, quinta-feira, reuniu na Câmara de Anadia com a Equipa de Apoio às Escolas de Aveiro, com os dois Agrupamentos de Escolas do município e com a Direcção Regional de Educação do Centro (DREC), de Coimbra. O encontro serviu para o autarca dar a conhecer o seu descontentamento face aos constrangimentos legais verificados na contratação de docentes das AEC. Um “escândalo” “É um escândalo. A Câmara de Anadia está disponível para continuar com as AEC, mas só se for possível à autarquia contratar os docentes da forma como é disponibilizada às empresas municipais ou a às empresas de recursos humanos”, referiu Litério Marques. “Não seremos intermediários entre o Ministério da Educação (ME) e uma qualquer empresa. Queremos ser responsáveis a 100% com aquilo que assumimos e nos comprometemos”, rematou. O autarca disse que durante a reunião mostrou o problema a quem esteve presente, tendo a “solidariedade, compreensão e confiança dos agrupamentos, que dizem não prescindir da autarquia neste processo”. Docentes ganham menos Litério Marques disse que o orçamento para as AEC no concelho de Anadia é de 310 mil euros, sendo, sensivelmente, 80% dos professores das AEC residentes no concelho de Anadia. Julga, ainda, o autarca, que “com a contratação a ser feita através da empresa de recursos humanos, além dos professores ganharem, certamente, menos do que actualmente, auferem na autarquia os critérios de contratação, acompanhamento e substituições de professores e, ainda, a supervisão da actividade docente será, sobretudo, da empresa contratante. “Um paradoxo” O edil anadiense interroga-se como “o ME pode delegar competências nas autarquias, se dificulta os processos de contratação? É um paradoxo!”. O autarca lamentou não terem estado presentes na reunião do dia 2 pessoas com “poder decisório”, aguardando agora que “levem o recado a quem de direito. Acredito que o bom senso vai imperar”. Mas se este “impasse não for resolvido”, Litério Marques garante que “a Câmara Municipal de Anadia irá responsabilizar o ME por esta situação”. Peremptório, o autarca reafirmou: “A autarquia anadiense nunca fará papel de intermediária. Mas deseja ser uma parceira efectiva e responsável”.
Falta de produtores inscritos leva à interrupção
Este ano não vai realizar-se o concurso “As Melhores Vinhas da Bairrada”. A Comissão Vitivinícola da Bairrada (CVB) - entidade que lidera a iniciativa, em parceria com a Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Centro (DRAPC) - não reuniu um número suficiente de inscrições, aproveitando este interregno para fazer o balanço dos primeiros cinco anos de concurso. A sexta edição será relançada, com novos moldes. João Casaleiro, presidente da Direcção da CVB, disse aos jornalistas que este ano será para “nos concentrarmos no balanço das cinco edições anteriores, fazermos a sua avaliação e tirarmos conclusões, para relançar o concurso, em moldes um pouco diferentes, com uma dimensão voltada para a questão do ambiente e da viticultura sustentável”. Casaleiro informou que em Outubro será realizada uma sessão de explicação dos novos contornos do concurso. José Santos, director de serviços da DRAPC, referiu tratar-se de um momento em que “sentimos a necessidade de pensar nos resultados e reformular o próprio concurso em si”. O objectivo será o mesmo: “Chamar os viticultores no sentido de terem maior preocupação com as suas uvas, para obterem um melhor produto”, sublinhou o dirigente. É intenção da organização envolver empresas que neste ciclo são intervenientes. E conseguir maior número de produtores a concorrer, para envolver mais gente na iniciativa”, defendeu José Santos. Desinteresse dos participantes César Almeida, presidente do júri nas últimas edições, tendo acompanhado as cinco, diz ter começado a ver, nos primeiros anos, tudo a correr bem. Mas nos “últimos houve desinteresse dos participantes. Não queremos acabar com o concurso. Mas sim interromper para aproveitar para reflectir sobre o que estava menos bem”. César Almeida pretende propor que os antigos concorrentes e outras pessoas “dêem a sua contribuição para a melhoria da iniciativa”. A “escassa participação” é para César Almeida o motivo número um para esta interrupção. “Gostaríamos que nos dissessem o que deve ser alterado para aproximar o concurso dos produtores, porque tivemos uma redução de 20 para meia dúzia”. Nos outros anos, César Almeida diz que o número rondava os 20 participantes. “Mas eu já notava grande preocupação da CVB a telefonar aos produtores para virem. Houve desinteresse”, frisou, lembrando que muitos dos concorrentes eram os mesmos. De qualquer forma, César Almeida diz ser notória a melhoria significativa no tratamento das vinhas. José Santos atira as culpas para a globalização e para o aparecimento de países emergentes produtores de vinho, que não eram, como a Nova Zelândia ou o Chile, o que “faz com que o vinho chegue cá mais barato”. Quem vem ao concurso “perde a vontade de voltar, porque cria-se uma rotina. Temos de criar estímulos. Queremos mostrar aos viticultores que há uma valorização profissional e técnica”, rematou o dirigente.
Cairo por um canudo devido a “problema burocrático”
Frustração. Este é o sentimento que reside em Renny Moniz e Hernâni Moreira, que viram um “erro burocrático” deixá-los a apenas dois mil quilómetros (km) de cortar a meta de uma aventura que começou no dia 24 de Março e terminou mais cedo, por terem sido impedidos de atravessar a Líbia e chegar ao Cairo (Egipto).
A desilusão está estampada no rosto dos dois bairradinos. Não adianta disfarçar nem dão hipótese para isso. A vontade em apurar o verdadeiro motivo para o que se passou é mais forte que o resto.
“Um erro burocrático. Esta foi a explicação que nos foi dada. Mas foi tudo tratado antes de partirmos! Isto é tudo muito estranho, porque passámos o controlo de fronteira da Líbia sem problemas”, explica, resignado, Renny Moniz. E continua: “Quando fomos tratar do seguro do carro é que surgiram as complicações. Foi-nos dito que havia um problema burocrático e que só na Embaixada Portuguesa da Líbia podia ser resolvido”.
Seguiram-se seis penosas horas de espera, sem documentos. A dupla foi obrigada a dirigir-se para o espaço neutro da fronteira. Da Embaixada da Líbia em Lisboa a informação que chegava era que o sucedido não era um caso isolado, nem seria a última vez a acontecer.
“De honestidade tiveram zero. Só a tiveram mesmo para receber o nosso dinheiro”, atirou Hernâni Moreira.
A dupla contava deslocar-se no dia 15 à Embaixada da Líbia, em Lisboa, “porque queremos que as pessoas assumam os seus erros, para que não se voltem a repetir. Se não havia vontade da parte deles, não tinham autorizado a nossa partida”, frisa Hernâni Moreira, com indignação, lamentando o facto de “termos apenas informação verbal. Não temos nada que documente a nossa razão. Mas queremos apurar certezas”.
Corria tudo “de vento em popa”
Renny Moniz é peremptório: “Estava tudo a correr melhor do que esperávamos, porque a nossa previsão era chegar ao Cairo um dia antes”.
O próprio carro, o “Primefix 76”, um automóvel da marca Mazda com mais de 30 anos de idade, portou-se como ninguém esperava. “Nem um furo!”, revela Renny Moniz, que foi o condutor durante todo o trajecto. Explica que, de qualquer forma, as estradas ajudaram, porque eram boas. Mas o trânsito, esse “era do pior”, recorda.
A viagem durou oitos dias, com quatro mil km para cada lado. Confessam que houve dias em que foram percorridos mais de mil km.
Dignos de destaque
A dupla de bairradinos do concelho de Anadia diz ter ficado surpreendida com a simpatia do povo argelino. Ambos confidenciam que o facto de terem nacionalidade portuguesa, sempre que a revelavam, era uma “porta aberta”. “Mas foi assim durante todo o percurso”, afirmam.
O desenvolvimento da Argélia foi outro motivo de surpresa durante a viagem. “Não encontrei a imagem de abandono que tinha de África”, afiança Hernâni Moreira.
Digna de registo é também uma má informação que chegou da Embaixada Portuguesa na Argélia, que deu indicações aos dois anadienses da existência de uma auto-estrada da cidade de Orau até Argel que afinal estava em construção.
Regressar é uma probabilidade
Renny Moniz assume a vontade de voltar. E Hernâni Moreira também, para concretizarem a aventura. Os cinco mil euros necessários serão o maior impedimento. Renny Moniz diz que a bandeira de Anadia ainda não foi entregue na Câmara Municipal. “E só será depois de chegar às Pirâmides de Gizé”, afirma.
PSD de Anadia reitera nome de José Manuel Ribeiro para candidato à Câmara Municipal de Anadia
José Manuel Ribeiro, presidente da Comissão Política de Secção (CPS) de Anadia do PSD, transmitiu na segunda-feira, 30 de Março, aos jornalistas, que o órgão a que preside decidiu “reiterar que o seu candidato a presidente da Câmara Municipal de Anadia é o companheiro José Manuel Ribeiro, esperando que lhe seja prestada a consideração e tratamento que merece como homem, cidadão e figura exemplar no nosso panorama partidário, onde, infelizmente, parece que alguns estão com dificuldade em ser capazes de olhar além do seu umbigo, antes à mercê de interesses nada transparentes e contrários ao bom serviço da causa pública, pelo qual deviam primar a sua actuação”. Foi no dia 27 de Março que a CPS de Anadia do PSD veio tomar uma posição perante a Comissão Política Distrital (CPD) de Aveiro do PSD, no seguimento do “acidente ocorrido na reunião alargada deste órgão, realizada em 2 de Março, em que não foi aprovada a proposta de candidatura à presidência da Câmara Municipal de Anadia, apresentada por esta secção”, conforme explicou José Manuel Ribeiro durante a conferência de Imprensa. A CPS de Anadia do PSD reuniu para “analisar serenamente este assunto e não pode deixar de demonstrar a sua indignação e o seu veemente protesto pelo sucedido na referida reunião”, atirou o presidente do órgão, acrescentando que foi de “forma inédita” que a proposta da secção de Anadia não foi aprovada, “sem que para tal tenha havido qualquer fundamentação que legitime essa não aprovação. Uma atitude que consideramos, além de profundo desrespeito pelas decisões dos órgãos próprios, uma afronta aos militantes desta secção”. “Estranho e ilegítimo” José Manuel Ribeiro, lembrando que o seu nome foi aprovado por unanimidade pela CPS de Anadia do PSD e os esmagadores resultados obtidos na Assembleia de Secção, que aprovaram o seu nome com uma margem de 94%, diz ser “estranho e ilegítimo o comportamento daqueles que, sem fundamento, se considerem no direito de poder escolher ou eliminar um candidato, querendo ter para si competências que bem sabem só pertencem à própria secção, interferindo e obstaculizando um projecto político de sucesso”. Esta atitude, para José Ribeiro, veio abrir um “grave precedente, quebrando-se a confiança política entre pessoas e órgãos, desconsiderando e ofendendo aqueles que foram legitimamente eleitos, criando fracturas desnecessárias e provocando instabilidade orgânica sem precedentes”. O presidente da Concelhia do PSD de Anadia, sempre duro nas palavras, disse que não se pode recusar uma pessoa “porque não se gosta dela, porque não se gosta do seu percurso político-partidário distrital ou porque se está a cumprir ordens de alguém”. Por tudo isto, a CPS de Anadia do PSD vai voltar a propor o nome de José Ribeiro para candidato do partido à Câmara Municipal de Anadia.
Chumbo de José Manuel Ribeiro é uma “decisão sem legitimidade”
Lígia Filipe Seabra, cabeça de lista dos Delegados da Secção de Anadia à Assembleia Distrital de Aveiro do PSD, considera que a votação realizada pela Comissão Política Distrital (CPD) do PSD de Aveiro, que veio reprovar o nome de José Manuel Ribeiro como candidato à Câmara Municipal de Anadia pelo PSD, foi “abusiva, sem qualquer fundamento, sendo por isso uma decisão sem qualquer legitimidade”. Foi em conferência de Imprensa, realizada no dia 23, na sede do PSD de Anadia, que Lígia Seabra tornava pública a comunicação feita numa reunião ordinária da Assembleia Distrital do PSD de Aveiro, a 6 de Março último, dando assim a conhecer a “indignação” do grupo dos 15 delegados de Anadia, relativamente à votação que reprovou o nome de José Manuel Ribeiro como candidato à autarquia anadiense. Recorde-se que o chumbo ocorreu numa reunião da CPD alargada do PSD de Aveiro, no dia 2 de Março, “onde não foi tida em conta a opção dos órgãos concelhios”, como referiu a delegada. “Esta situação não é mais do que um abuso de direito, tornando-se ilegítima. O resultado da votação é uma interpretação distorcida dos estatutos do próprio partido. Foi uma decisão tomada sem qualquer fundamento, sem o intuito para o qual a norma foi criada”, disse Lígia Seabra aos jornalistas, sublinhando que o direito “não é dado para chumbar qualquer nome, não sendo esse o sentido da norma”. Falta de transparência A delegada lembrou ainda que o nome de José Manuel Ribeiro foi apontado num relatório da CPD do PSD de Aveiro “como um exemplo a seguir”, não sendo compreensível a falta de apresentação de “qualquer fundamentação para o nome ter sido reprovado”. A delegada frisou que os militantes do concelho de Anadia sempre estiveram e estão “unidos de maneira a dar ao concelho uma maioria política que sustente o exercício do poder camarário”. Contudo, lamentam a “falta de actuação transparente e de certas pessoas e órgãos que deram guarida a quem se apresenta aos jornais e não manifesta qualquer intenção de se candidatar nos órgãos próprios do partido, seja na anterior Comissão Política Concelhia, seja na actual, seja no plenário de Assembleia de Secção convocado para o efeito, onde esteve presente e não se apresentou como tal”, disse Lígia Seabra, referindo-se a Litério Marques, actual presidente da Câmara Municipal de Anadia. A porta-voz dos 15 delegados da secção de Anadia à Assembleia Distrital de Aveiro afiançou que ao actuar desta forma se quebra a “confiança política pela qual devia primar a sua actuação, desrespeitando órgãos eleitos, não ajudando a que esta selecção se faça em articulação entre as estruturas concelhias, sem gerar os consensos necessários à estabilidade do partido, num concelho onde sempre ganhou com maiorias”. Interpretação “distorcida” dos estatutos do PSD Lígia Seabra considera que em vez disto foi feita uma “interpretação distorcida e grosseira dos estatutos”, como se as competências que lhe estão “atribuídas possam servir para chumbar um candidato que pelos próprios é apresentado como figura exemplar e de destaque no nosso panorama distrital e nacional”. A porta-voz lembrou ainda ter conhecimento de que José Manuel Ribeiro não sofre de “qualquer tipo de inibição que o impeça do exercício de cargos públicos. Antes constitui uma mais-valia na renovação dos cargos autárquicos” e tem o perfil “pessoal e político definido nos princípios orientadores do partido”, assim como a “coragem política para aceitar estar ao serviço da causa pública e do partido”. A delegada disse ser essencial reforçar as condições de “renovação política da democracia no concelho de Anadia, que necessita de sair do desafogo ‘autoritátio’ em que tem estado mergulhado”. Insistir no nome de José Manuel Ribeiro Lígia Seabra rematou dizendo que a Comissão Política de Secção do PSD de Anadia “deve insistir no mesmo nome” - José Manuel Ribeiro -, para candidato do partido à autarquia, visto ter-se iniciado “um novo ciclo de renovação em Anadia”.
“Se algum de nós for excluído, nenhum será candidato”
Carlos Cabral, actual presidente da Câmara Municipal da Mealhada, disse no dia 2 de Março aos jornalistas que só vai ser de novo candidato pelo PS à autarquia se toda a equipa com quem trabalha - os seus três vereadores e os seis presidentes de Juntas de Freguesia eleitos pelo PS - prosseguir, ou seja, se nenhum deles for excluído das listas a apresentar à Comissão Política Nacional do partido. A acesa polémica foi gerada após Rui Marqueiro, presidente da Comissão Política Concelhia do PS local e presidente da Assembleia Municipal da Mealhada, se ter mostrado disponível para uma candidatura à Câmara Municipal nas autárquicas a realizar em Outubro. “As próximas eleições no concelho estão a ser debatidas quase há quatro anos. Quando tomámos posse foi anunciado por alguém do PS que seria essa pessoa o próximo candidato à Câmara e que eu teria dito que este era o meu último mandato”, disse Cabral na conferência de Imprensa e desmentindo, no mesmo local onde dois dias antes Rui Marqueiro também esteve com os jornalistas, a quem, aliás, Cabral se referia, mas sem nunca utilizar o nome. Carlos Cabral lembrou que as orientações da Comissão Política Nacional do PS são no sentido da recandidatura dos actuais autarcas, caso estes assim pretendam. Nesse sentido, revelou que em reunião recente com os órgãos distritais e nacionais “transmiti a intenção de candidatura da actual equipa”. O presidente da Câmara da Mealhada - que se fez acompanhar dos vereadores socialistas e dos presidentes de Junta eleitos pelo partido, à excepção do de Antes, que teve uma consulta médica -, explicou aos jornalistas que se trata da recandidatura de toda a equipa do Executivo socialista, assim como dos seis presidentes de Junta eleitos pelo partido, anunciando que, entre todos, foi tomada a decisão de “sermos todos candidatos. Se algum de nós for excluído, nenhum será candidato”, garantiu. Cabral justificava dizendo: “Sabemos de algumas situações que se têm passado que nos obrigam, entre nós, a nos candidatarmos todos ou nenhum”. O autarca acrescentou ainda que “só seremos candidatos pelo PS”, lembrando ter conhecimento de que os estatutos dizem que qualquer candidatura tem de passar pela Concelhia local. “Mas a Comissão Política da Mealhada tem de seguir as orientações da Nacional, que será soberana a decidir”. O autarca afirmava que se hoje não há “grande Oposição, em termos de volume, no interior da Câmara, estranho uma Oposição que surge de fora, dentro do PS, desvalorizando sempre o nosso trabalho”. E atirou: “O antigamente era bom. Houve quem ganhasse eleições comigo em segundo lugar. E se foi bom, eu também lá estava”, aludindo a Marqueiro. Carlos Cabral afirmou ter conhecimento de estar a ser acusado de “falta de diálogo” e de “gestor de silêncios”. Mas “faço-o com consciência. Os meus silêncios por vezes são ensurdecedores. Esta equipa é coesa e homogénea. Estamos à disposição do PS e a responder à orientação do partido”, defendeu. Questionado sobre a reintegração de 22 militantes do PS, que foram expulsos por integraram listas independentes contra o próprio partido - questão levantada por Rui Marqueiro -, Cabral garantiu que não se iria opor, “caso seja essa a vontade desses antigos militantes”, porque todas as pessoas são “recuperáveis”. Mandato com muita obra feita Cabral aproveitou a conferência de Imprensa para dar conta da “intensa actividade que a Câmara Municipal tem realizado neste mandato”, falando sobre o “forte investimento em equipamentos, jardins e espaços de lazer, para dar às pessoas melhor qualidade de vida”. A taxa de execução de investimento, de acordo com o autarca, ultrapassa os 90%. Falando sobre o desemprego e apoiando-se em estatísticas, o autarca disse que a Mealhada é o segundo concelho menos mau do distrito de Aveiro, sendo considerado um dos 10 do país com maior equilíbrio e contenção no crédito: “Há cinco anos que não contraímos nenhum empréstimo e há três que passamos o 31 de Dezembro sem dever nada a empreiteiros nem a fornecedores”, rematou.
Rede SAPO Local
Águeda
Junta de Freguesia de Aguada de Cima
Junta de Freguesia de Belazaima do Chão
Junta de Freguesia da Borralha
Junta de Freguesia de Espinhel
Junta de Freguesia de Macinhata do Vouga
Junta de Freguesia de Valongo do Vouga
Grupo Folclórico e Etnográfico de Recardães - GFER
Grupo Folclórico da Região do Vouga
Anadia
Biblioteca Municipal de Anadia
Junta de Freguesia de Avelãs de Caminho
Adega Cooperativa de Vilarinho do Bairro
Comissão Vitivinícola da Bairrada
Confraria Gastronómica do Leitão da Bairrada
WRC - Web para a Região Centro
Aveiro
Biblioteca Municipal de Aveiro
Junta de Freguesia de Esgueira
Centro Cultural e de Congressos de Aveiro
Mealhada
Biblioteca Municipal da Mealhada
Associação de Amigos para a Defesa de Luso e Buçaco
Associação de Carnaval da Bairrada
Oliveira do Bairro
Câmara Municipal de Oliveira do Bairro
Junta de Freguesia de Oliveira do Bairro
Escolas Concelhias do Ensino Básico - EB1
Escola Secundária de Oliveira do Bairro
Associação Comercial e Industrial da Bairrada - ACIB
Associação de Pais da Escola EB 2/3 de Oliveira do Bairro - APECEBOL
Associação dos Amigos de Perrães - AMPER
Associação de Solidariedade Social do Silveiro - SOLSIL
Cooperativa Agrícola dos Lavradores do Concelho de Oliveira do Bairro - CALCOB